Um homem que não teve a identidade divulgada foi preso em flagrante pela Polícia Militar de Goiás depois de insultar de maneira racista uma caixa de supermercado no setor Marista, região nobre de Goiânia. A prisão ocorreu na noite de domingo (14/11).
Segundo a vítima e testemunhas, o homem teria dito para a atendente do estabelecimento que não queria ser atendido por uma “preta”. Outros clientes tentaram segurar o suspeito e seguiram ele até o estacionamento, onde foi preso pela Polícia Militar .
A atendente do supermercado, que tem 19 anos, ficou constrangida e chorando depois de ter sido agredida pelo cliente, segundo o boletim de ocorrência. Ela relatou para a polícia que foi chamada de “preta” por vários vezes.
Veja o vídeo da prisão
https://youtu.be/5CFDs2lO3b0
“Além dessa demora, eu ainda tenho que ser atendido por uma preta! Não irei falar baixo com uma preta! Sou racista mesmo! E não sou obrigado a conversar com uma preta”, disse o suspeito segundo relato na Polícia Civil.
A técnica de enfermagem Thais Cruvinel, que estava no momento do crime acompanhada do namorado, disse que o homem gritou injúrias racistas para a funcionária na frente de várias pessoas, enquanto era atendido no caixa do estabelecimento e em seguida saiu correndo.
“Ele falou assim: ‘Eu fico 30 minutos esperando, quando eu sou atendido é por uma preta, isso é um absurdo’. Depois começou a falar: ‘Sua preta’”, relata a cliente.
O coordenador de marketing Bruno Haringl, fez vídeos do momento da prisão. Ele disse que inicialmente, o homem falou que só iria com os policiais acompanhado de um advogado.
Beijinho
Vídeos mostram o suspeito de camiseta vermelha mandando beijinho e acenando para clientes que aplaudiram a ação policial. Pouco antes de entrar na viatura, um policial diz para o suspeito que ele poderá ser algemado.
“Você vai acompanhar a gente até a delegacia, a princípio sem algema, certo? A princípio. Se você resistir, o primeiro ato: você será algemado”, diz um policial.
O suspeito foi levado para a Central de Flagrantes da Polícia Civil. O caso foi registrado como crime contra a honra e injúria racial. A investigação será feita pelo Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri).