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Garimpeiros usam redes sociais para pedir ajuda aos remanescentes do Rosarinho 

Em mensagem sem autoria, disseminada nas redes sociais, com apelo próprio de quem sabe como manipular a opinião pública, alguém pede ajuda para os garimpeiros renascentes da ação predatória.

Garimpeiros usam redes sociais para pedir ajuda aos remanescentes do Rosarinho 

As autoridades federais, que fecharam os olhos com anuência do governo central para as atividades de garimpagem no país, fizeram exatamente o que não deveriam fazer, ou seja, permitiram a invasão para depois reprimirem.

“Garimpeiros unidos jamais serão vencidos”!

Pouco menos e 24 horas da ação tardia da Polícia Federal, Ibama e Marinha do Brasil no Rio Madeira, um grupo de garimpeiros permanece na comunidade do Rosarinho, no município de Autazes, com suas respectivas famílias, onde explorava ouro ilegalmente.

Em um vídeo, o grupo de no máximo cinco famílias aparece abrigado em uma casa, deitado “confortávelmente” em redes, enquanto recebe ajuda alimentar de um outro grupo de pessoas supostamente proprietário de balsa que contaminava o rio e a vida de seu ecossistema.

Em mensagem sem autoria, disseminada nas redes sociais, com apelo próprio de quem sabe como manipular a opinião pública, alguém pede ajuda para os garimpeiros renascentes da ação predatória.

De acordo com as mensagens, os remanescentes são do município de Manicoré que, conforme relato, tiveram apenas 2 minutos dos agentes federais para deixar as balsas que ocupavam.

É claro que os remanescentes são pessoas humildes, contratadas para o pesado em troco migalhas, que nada têm a ver com a exploração ilegal que contamina a vida do rio com mercúrio e promove o seu assoreamento.

Manicoré, Autazes – logo o Rosarinho -, Humaitá e Nova Olinda do Norte, por exemplo, tem interesse na exploração aurífera irregular do Madeira.

As autoridades federais, que fecharam os olhos com anuência do governo central para as atividades de garimpagem no país, fizeram exatamente o que não deveriam fazer, ou seja, permitiram a invasão para depois reprimirem.

Assim tem sido em todos os lugares, como em terras Yanomami. E o resultado, claro, é sempre o mesmo: forme, morte, miséria – não para os garimpeiros e seus protetores (Ibama, por exemplo), mas para indefesos e humildes cidadãos que nem sempre retornam do fundo do rio, vivos, enquanto os responsáveis pela exploração entopem os bolsos com ouro.

Para os índios nada resta senão suas terras devastadas, doença e tristeza.

Os remanescentes do Rosarinho merecem e têm direito de retornarem para suas casas. E isso não é um favor, não. Já os verdadeiros responsáveis pela invasão do Rio Madeira merecem pagar pelos seus crimes atrás das grades frias da masmorra.

Sem chantagem emocional!