O aposentado da Marinha Mercante Waldir Ferraz, “1,88 metro, magérrimo e autointitulado o amigo ‘Zero Zero’ de Jair Bolsonaro”, fez novas revelações sobre rachadinhas no clã encabeçado pelo chefe de governo. A reportagem é da Veja.
Em encontros no Rio de Janeiro e em Brasília, Jacaré, como Ferraz é conhecido, declarou que houve rachadinha nos gabinetes de Jair, Flávio e Carlos Bolsonaro.
Quem “fazia” era Ana Cristina Valle, ex-mulher de Bolsonaro, mas quem “assinava” era o próprio Bolsonaro, segundo ele.
“Ela (Ana Cristina Valle) fez nos três gabinetes. Em Brasília, aqui no Flávio e no Carlos. O Bolsonaro deixou tudo na mão dela para ela resolver. Ela fez a festa. Infelizmente é isso. Ela que fazia, mas quem é que assinava?”, pergunta Jacaré.
“Quem assinava era ele (Jair Bolsonaro). Ele vai dizer que não sabe? É batom na cueca. Como é que você vai explicar? Ele está administrando. Não tem muito o que fazer”, prosseguiu.
Na entrevista, Ferraz revelou certa intimidade com Bolsonaro.
“O tempo todo ele me chama de 71 (em referência ao artigo que define o crime de estelionato), e eu respondo: ‘Eu não sou político, você é que é’.”
Segundo Jacaré, a rachadinha se tornou prática nos gabinetes do clã Bolsonaro na década de 90, quando ele exercia mandato de deputado federal. Naquela época, Ana Cristina, então casada com um sargento, começou a se aproximar de Bolsonaro. Jacaré conta que ela foi se “infiltrando”.
Jacaré alega que quem já trabalhava com o ex-capitão antes da chegada de Ana Cristina, como ele, não participava do esquema.
Nas “rachadinhas”, transfere-se o dinheiro de assessores laranjas para a conta pessoal de um político.