Sobram escombros, sonhos abandonados e histórias destruídas. Em colapso, Mariupol é o epicentro da crise humanitária que assola a Ucrânia após massivos bombardeios. A invasão russa completa 22 dias e não mostra indícios de quando vai parar. Lá, um teatro que servia como abrigo e uma maternidade, por exemplo foram atacados.
Na tarde desta quinta-feira (17/3), o governo ucraniano informou números preocupantes e que mostram o horror da guerra: 80% das residências da cidade estão completamente destruídas. Somente nesta semana, 30 mil fugiram de lá. A cidade tinha, antes da guerra, quase meio milhão de habitantes.
Sitiada pelas forças russas, Mariupol conta ao menos 2,1 mil civis mortos no confronto. O número pode ser ainda maior devido à dificuldade de contabilização por causa do conflito.
Um novo comboio de carros com moradores de Mariupol começou a deixar a cidade nesta quinta-feira, que está sitiada há mais de 10 dias. Tropas russas têm permitido que alguns veículos deixem a área.
A equipe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), segundo agências internacionais de notícias, teve de deixar a cidade ucraniana de Mariupol.
A informação foi confirmada pelo presidente da instituição, o suíço Peter Maurer. Ele está em uma missão de cinco dias em território ucraniano, atualmente na capital Kiev.
Maurer disse que Mariupol é o exemplo mais emblemático da crítica situação humanitária no país do Leste Europeu. Não pôde, porém, dar informações sobre possíveis vítimas do ataque a um teatro da cidade que, segundo autoridades locais, abrigava centenas de pessoas.
Um teatro escancarou como a guerra é violenta. O governo ucraniano informou que o teatro em Mariupol usado como abrigo para civis e foi bombardeado chegou a ter mil pessoas. Autoridades de segurança acusam a Rússia de atacar o espaço. As informações são do conselho da cidade.
Uma placa escrito “crianças” em russo identificava o teatro como uma área de refugio. Segundo atualizações do governo, ainda há pessoas sob os escombros.
A prefeitura de Mariupol informou que cerca de 500 pessoas que estavam abrigadas no teatro da cidade sobreviveram a um ataque aéreo russo ao local na quarta-feira (16/3).
Parte dos abrigados, de acordo com a prefeitura, são crianças. Forças de resgate fazem ainda operações de buscas entre os escombros. Por isso, afirmou a prefeitura, ainda não é possível precisar o número de sobreviventes. A Rússia nega o ataque.
“Outro crime de guerra horrendo em Mariupol. Massivo ataque russo ao Teatro Drama, onde centenas de civis inocentes estavam escondidos. O edifício está agora totalmente em ruínas. Os russos não podiam saber que este era um abrigo civil. Salve Mariupol. Pare os criminosos de guerra russos”, condenou o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba.