Os Estados Unidos classificaram como “preocupante” a aproximação entre a Rússia e a China. O posicionamento ocorre após rumores de que Pequim estaria ajudando Moscou na guerra contra a Ucrânia.
A informação foi divulgada nesta sexta-feira (18/3) pela porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki. Os presidentes dos EUA, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, conversaram por telefone sobre a invasão russa à Ucrânia hoje. Biden cobrou posicionamento formal do governo chinês contra a guerra.
Na conversa, Xi Jinping disse a Biden que o conflito “não interessa a ninguém”.
A Rússia fez a primeira sinalização formal de que um acordo de cessar-fogo pode ocorrer em breve. A guerra, iniciada em 24 de fevereiro, tem deixado um rastro de devastação na Ucrânia.
Nesta sexta-feira, após mais uma rodada de negociações, o representante do governo russo, Vladimir Medinsky, admitiu que o possível pacto de paz está “no meio do caminho”.
A Rússia cobra neutralidade da Ucrânia e exige que o país invadido não ingresse na Otan.
A autoridade russa disse ainda as duas nações discutem detalhes sobre as garantias de segurança para a Ucrânia, caso ela desista de entrar na entidade militar coordenada pelos Estados Unidos, e a desmilitarização do país.
O medo de se tornar alvo da guerra já fez 6,5 milhões de pessoas abandonarem suas próprias casas na Ucrânia. A dimensão do drama dos desabrigados e refugiados pode ser medida quando se sabe que esse número equivale à toda a população de um país como a Dinamarca.
A agência de migração da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou a estimativa nesta sexta-feira (18/3) e demonstrou preocupação com o êxodo. Ao menos 3,2 milhões de pessoas deixaram o país.
Segundo a ONU, o fluxo de refugiados ucranianos avança muito mais rapidamente que o da guerra na Síria. Lá, o conflito expulsou cerca de 13 milhões de pessoas de casa, mas durante anos.
Um dos exemplos do êxodo é Mariupol. Após massivos bombardeios, o governo ucraniano afirma que 80% das residências daquela área estão completamente destruídas. Somente nesta semana, 30 mil habitantes fugiram de lá. A cidade tinha, antes da guerra, quase meio milhão de habitantes.
A Ucrânia e o mundo assistem atônitos ao rastro de destruição que os bombardeios russos têm provocado. A intensidade dos ataques está em uma escalada assombrosa. Hospitais, escolas, casas e até abrigos estão na mira das tropas.
Todo o país está devastado e ao menos quatro grandes cidades ucranianas estão em colapso. Faltam água, luz, aquecimento, comunicação (internet e telefone) e comida.
Enfrentam a situação mais dramática Kiev, capital e coração do poder; Kharkiv, a segunda maior cidade do país; Mariupol, que está sitiada há 10 dias e tem vivido ataques maciços; e Kherson, onde russos alegam ter tomado o poder.