A Polícia Federal pediu ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorização para incluir o ministro da Economia, Paulo Guedes, como investigado no inquérito que apura suspeitas de irregularidades no Postalis, o fundo de pensão dos funcionários dos Correios. Este inquérito tem como alvo o senador Renan Calheiros (MDB).
Segundo o jornal O Globo, a PF pediu também autorização para a produção de um relatório de inteligência financeira das empresas dele no período que vai de janeiro de 2010 a dezembro de 2016. Segundo o jornal, o empresário Márcio André Mendes Costa, do ramo de educação, disse em depoimento, que a empresa que comandava fez um lançamento de debêntures no mercado financeiro em fevereiro de 2011.
“Ele disse que o fundo BR Educacional, que era gerido por Guedes, tinha recebido antes um aporte de recursos do Postalis. Assim, Costa foi conversar com Guedes, que então sugeriu que Costa apresentasse debêntures também à Postalis. O fundo dos Correios acabou de fato investindo na empresa de Costa”, diz o jornal.
O ministro Luís Roberto Barroso cancelou o depoimento do ministro Paulo Guedes no inquérito da PF que investiga supostas fraudes no fundo de pensão dos Correios. O depoimento estava marcado para ocorrer nesta quarta-feira (1) à Polícia Federal (PF). Em 12 de maio, no entanto, Guedes entrou com uma ação na Corte para recorrer da convocação, feita em abril.
A defesa do ministro de Bolsonaro afirmou que Guedes não tem “qualquer relação” com o caso e que, por isso, não deveria ser convocado, ainda que na condição de declarante e não investigado. “Não há como se determinar que o peticionário preste um depoimento presencial perante a Polícia Federal às cegas, sem que lhe seja esclarecido sequer o motivo pelo qual a sua intimação foi requerida”, disse a defesa de Guedes.
Do outro lado, Barroso afirmou em sua decisão que a PF pode tomar depoimento “de pessoas não arroladas pelo Ministério Público Federal, considerando sua prerrogativa de conduzir a investigação criminal por meio do inquérito policial”.