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Antes de desaparecer, Bruno Pereira disse em mensagem que corria risco de morrer

Na mensagem de texto datada de 31 de maio, indigenista alertava que corria risco de morte porque uma reunião marcada para o último dia 5 poderia "dar algum problema"

Antes de desaparecer, Bruno Pereira disse em mensagem que corria risco de morrer

Bruno Araújo teria enviado uma mensagem no 31 de maio, afirmando que corria risco de morte porque uma reunião marcada para o último dia 5 poderia "dar algum problema".

Eliésio da Silva Vargas, liderança indígena da região do Vale do Javari e procurador jurídico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), disse em depoimento à Polícia Federal (PF) que o indigenista Bruno Araújo Pereira teria enviado a ele uma mensagem de texto em 31 de maio, afirmando que corria risco de morte porque uma reunião marcada para o último dia 5 poderia “dar algum problema”.

Segundo o procurador da Univaja, conhecido como Eliésio Marubo, Bruno se referia a um encontro que teria com um homem identificado como “Churrasco”, na comunidade São Gabriel. O encontro, porém, não teria chegado a acontecer pelo fato de “Churrasco” não ter comparecido ao local marcado.

A informação consta de um relatório da Polícia Federal encaminhado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso. Ainda segundo a PF, “Churrasco” é tio do pescador Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como “Pelado”. Amarildo e o irmão, Oseney da Costa de Oliveira, o “Dos Santos”, foram presos como suspeitos de envolvimento no desaparecimento do indigenista e do jornalista britânico Dom Phillips. “Churrasco” chegou a ser detido pela polícia na segunda-feira (13) à noite para prestar esclarecimentos como testemunha e foi liberado logo em seguida.

Uma outra testemunha, cuja identidade está sendo mantida sob sigilo, teria relatado que viu as embarcações de Bruno e “Pelado” e pouco depois encontrou “Dos Santos” remando uma pequena embarcação. Ainda segundo a testemunha, “Dos Santos” teria pedido ajuda para ser rebocado até ao  barco de ‘Pelado’, que estava parado no meio do rio, com apenas um tripulante. O suspeito estaria portando uma espingarda calibre 16 e uma cartucheira na cintura.

Segundo a PF, o depoimento coloca “Pelado” e “Dos Santos” no lugar do suposto desaparecimento.