O candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), respondeu nesta quarta-feira (25), em entrevista à CBN, o ataque feito pelo atual prefeito da cidade, Bruno Covas (PSDB), associando-o negativamente aos governos de Cuba e Venezuela.
O comentário de Covas foi feito em entrevista à mesma rádio, nesta terça-feira (24). Comparação foi vista como uma nova investida do tucano contra o candidato do PSOL, que vem crescendo nas pesquisas de intenção de voto. Além disso, Covas começa a fazer coro tanto ao discurso de seu padrinho político, o governador João Doria (PSDB), quanto aos ataques da extrema-direita bolsonarista.
“Eu sou candidato a prefeito de São Paulo, não a prefeito de Caracas. Não tem o menor sentido trazer a questão de Venezuela, de Cuba. Quando o Bruno Covas faz isso, me parece que é um certo desespero. Nem é o perfil dele, ele sempre foi uma pessoa mais moderada, nunca foi uma pessoa de extremismos”, afirmou Boulos.
Em seguida, a jornalista Fabíola Cidral, da CBN, insistiu na pergunta e voltou a questionar o candidato do PSOL se ele acredita que os governos de Cuba e Venezuela são “democráticos”. Em sua resposta, Boulos aproveitou para relembrar do “BolsoDoria” e o apoio do governador de São Paulo a Jair Bolsonaro na campanha de 2018.
“Eu não tenho como modelo nem Cuba, nem Venezuela. Para mim não é modelo de democracia e não se importa um modelo. Eu acho interessante o Bruno Covas, que tem no partido dele o Doria, que fez o famoso ‘BolsoDoria’, alguém que apoiou ativamente a candidatura de um presidente que defende a ditadura, que defende a tortura, que exalta o AI-5, querer dar lição de moral de democracia para mim, francamente”, completou.
A poucos dias do segundo turno em São Paulo, o último levantamento do Datafolha aponta que, em votos totais, Covas caiu de 58% na pesquisa da semana passada para 55%. Já Boulos fez o caminho inverso: subiu de 42% para 45%. Agora, a diferença entre os dois candidatos, que já chegou a ser de mais de 20 pontos, é de apenas 10 pontos percentuais.
