A manhã desta sexta-feira (9) começou com a notícia de mais um crime motivado por ódio político. No dia 7 de setembro, Rafael Silva de Oliveira, defensor de Bolsonaro (PL), assassinou Benedito Cardoso dos Santos, este eleitor de Lula (PT), a facadas. O caso ocorreu na Zona Rural de Confresa (MT).
O delegado Victor Oliveira, da Delegacia Municipal de Confresa e responsável pelo caso, revelou mais detalhes do crime a partir do depoimento do autor. “Tudo começou na manhã do dia 8 de setembro, por volta das 6h, quando o autor [do crime, Rafael Silva de Oliveira] compareceu no hospital [de Confresa] para receber atendimento médico. A Polícia Militar já estava no hospital e tinha conhecimento de que tinha uma vítima de homicídio na Zona Rural. Então, a PM ligou os fatos e apresentou a suspeita pra gente aqui na Polícia Civil”, conta Oliveira.
Com o alerta em mãos, o delegado conta que eles foram até a chácara onde ocorreu o assassinato. “Nós, com equipe de investigador bastante experiente nesses crimes de homicídios, deslocamos até o local do fato, onde estava o corpo da vítima e lá nós logramos êxito em encontrar as armas do crime: um machado e uma faca. Também encontramos outros elementos que apontava para o suspeito como sendo o autor do crime”, revela o delegado responsável pelo caso.
Primeiramente, Rafael negou a autoria do crime e declarou que o seu colega de trabalho, Benedito, tinha sido assassinato por homens que tinham invadido a chácara. Sobre as marcas em seu corpo, o assassino declarou que os invasores também tinham tentado dar cabo em sua vida. Porém, com as evidências descobertas pela polícia, o bolsonarista assumiu a autoria do crime.
“Ele viu que não adiantava mais negar e resolveu confessar os fatos. Segundo ele [Rafael Silva, autor do crime] tudo começou na noite do 7 de setembro quando eles estavam juntos e sozinhos nessa chácara e estavam falando sobre política. Quando a vítima estava defendendo o candidato Lula e o suspeito, autor do crime, defendendo o candidato Bolsonaro. A partir de um momento, a vítima desferiu um soco na cara do autor, que revidou com outro soco. Após isso, a vítima pegou uma faca que estava sobre a mesa e o autor foi pra cima para tomar a faca. O autor conseguiu tomar a faca e a vítima saiu correndo e o autor saiu correndo atrás dela”, conta o delegado.
Ao alcançar Benedito, o autor do crime desferiu vários golpes com a faca que tinha em mãos. Segundo o delegado, durante o depoimento, Rafael deu detalhes do crime. “O autor acertou um golpe de faca nas costas da vítima, que caiu no chão, o autor foi pra cima e desferiu outro golpe no olho da vítima, depois outro golpe no pescoço e depois vários golpes na testa da vítima. Aí ele saiu de cima da vítima, que ainda estava com vida. A vítima xingou o autor do crime de ‘filha da put**’ e o autor ficou com mais raiva ainda e foi até o barraco, pegou o machado, que era a ferramenta de trabalho dele e retornou até a vítima, que ainda estava com vida, e deu o golpe fatal no pescoço. Após isso a vítima veio a óbito”, relata.
Posterior, o assassino confesso “escondeu as armas do crime, se dirigiu a pé para a cidade de Confresa e foi localizado no hospital. Ele foi autuado em flagrante pelo crime de homicídio qualificado pelo motivo fútil e também qualificado pelo meio cruel. Segundo o próprio autor, foram aproximadamente 17 facadas que ele deu na vítima”.
Preso em flagrante, Rafael foi encaminhado para o sistema carcerário. “O autor foi apresentado ao poder Judiciário, passou pela audiência de custódia e o juiz converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva. Ou seja, ele vai continuar preso nos próximos dias e nós, da Polícia Civil, vamos continuar a investigação. Vamos juntar os laudos periciais, vamos ouvir mais testemunhas e depois remeter o inquérito policial para as demais providências do poder judiciário”.
Victor Oliveira também afirmou que essa é a primeira vez que a cidade de Confresa registra um crime motivado por ódio político. Também revelou que, antes do assassinato, não houve consumo de álcool e que os homens estavam apenas fumando um cigarro antes dos fatos.