Ademir Ramos (*) – Todos sabem que a escolha dos partidos para direção dos ministérios tem por fim garantir e assegurar a governabilidade do Lula no Congresso Nacional quantitativa e qualitativamente.
Carlos Lupi, ex-ministro do Trabalho e presidente nacional do PDT, aceitou o desafio para dirigir a pasta da Previdência Social sabendo da precarização desta política quanto ao cumprimento do preceito legal nos termos do Art. 201 da nossa Constituição Federal.
O cenário é de desalento e abandono: falta recurso, pessoal, informatização e as filas para os benefícios são enormes e, sobretudo, falta articulação e compromisso com os entes federados, em particular na Amazônia.
“É preciso diminuir drasticamente a fila e agilizar os direitos dos trabalhadores fazendo chegar nos sertões do Brasil o braço da Previdência. Também vamos precisar de recursos para atualizar todo o sistema de informação e aperfeiçoar a informatização em um sistema integrado com o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal. Transparência e informatização são prioridades”, afirmou Lupi.
O aceite para chefiar a Previdência Social também pode ser visto, politicamente, como uma manifestação de responsabilidade compartilhada do PDT para o governo Lula centrado na força trabalhismo que tem entre os órgãos partidários uma grande demanda do Movimento dos Aposentados, Pensionistas e Idosos – MAPI – com representação nacional podendo ser uma plataforma necessária em atenção aos previdenciários por todo o Brasil.
A demanda é grande e o desafio é muito maior. Contudo, é importante que todos saibam que o PDT de Brizola tem por meio do MAPI ampla articulação juntos aos previdenciários e se convocado for dará grande contribuição na efetivação desta política por todo o Brasil.
(*) É professor e antropólogo da Universidade Federal do Amazonas na coordenação do NCPAM do Dpto. de Ciências Sociais.