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Alegoria do Porto da Pedra homenageia Dom Phillips e Bruno Pereira – “Warrãna-rarae, Warrãna-rarae, Mari-nawa-kenadêe”

Última alegoria do Porto da Pedra homenageia Dom Phillips e Bruno Pereira. Carro representa um 'manifesto em defesa dos povos da floresta'.

Alegoria do Porto da Pedra homenageia Dom Phillips e Bruno Pereira - “Warrãna-rarae, Warrãna-rarae, Mari-nawa-kenadêe”

“Warrãna-rarae, Warrãna-rarae, Mari-nawa-kenadêe”

A Porto da Pedra entrou na Passarela do Samba, no sábado (18/02) ecoando a voz do canto do indigenista Bruno Pereira, assassinado ao lado do jornalista Dom Phillips no Acre:

“Warrãna-rarae, Warrãna-rarae, Mari-nawa-kenadêe”. Com uma preocupação com o meio ambiente que começou antes do desfile e com um enredo marcante sobre o imaginário da Amazônia, a partir da literatura do escritor francês Júlio Verne, a escola de samba de São Gonçalo explorou a criatividade na apresentação sobre a floresta e também trouxe à tona o debate sobre preservação e conservação para o público.

Quinta escola a desfilar na última noite da Série Ouro (o grupo de acesso do carnaval do Rio), a vermelho e branco ganhou elogios, principalmente pela evolução e pelo samba-enredo. Os jurados do Estandarte de Ouro, tradicional premiação carnavalesca do jornal O Globo, a Porto da Pedra fez o melhor carnaval da Série Ouro e é forte candidata a retornar ao Grupo Especial em 2024. “O desfile foi completo e teve clareza no significado das alegorias luxuosas e fantasias criativas”, resumiu o júri.

A escola também assumiu um compromisso diante da escolha do enredo. A redução do uso de penas reais nas fantasias e a compensação da emissão de CO2 – das atividades da escola durante a preparação para o carnaval – fazem parte desse compromisso com uma postura mais sustentável no maior espetáculo da terra. Antes dos desfiles, integrantes da Porto da Pedra participaram de mutirão para plantar mudas de espécies da Mata Atlântica numa área de preservação ambiental em São Gonçalo

Aclamada durante o desfile com gritos de toda a arquibancada e até com fogos de artifício, a Porto da Pedra homenageou figuras importantes do ativismo ambiental, assassinadas na defesa da floresta e de seus povos: o jornalista Dom Phillips, o indigenista Bruno Pereira, a missionária católica Irmã Dorothy e o ambientalista Chico Mendes.

Poucos minutos antes do desfile começar, o carnavalesco Mauro Quintaes definiu a sua expectativa para o desfile como a melhor possível. “A ideia é tocar no dedo na ferida das culturas indígenas brasileiras. O último carro tem uma visão política muito forte”, afirmou o carnavalesco. Neste carro, a escola trouxe lideranças indígenas e até a filha do próprio Chico Mendes para desfilar.

Ouça o samba de enredo

https://youtu.be/CL4HmxHzYIk

Matéria completa no  (projetocolabora.com.br)