Após vários dias de especulações sobre seu futuro político, o presidente argentino Alberto Fernández anunciou, nesta sexta-feira, que não disputará a reeleição presidencial.
Num vídeo que publicou em suas redes sociais, Fernández disse que chegou a hora de uma nova etapa política dentro do próprio peronismo e que apoiará a eleição do candidato que seja escolhido a partir das primárias que serão realizadas no dia 13 de agosto deste ano, antes do primeiro turno da eleição presidencial, no dia 22 de outubro.
“Que a direita, com seu pesadelo e escuridão, não volte a governar o país”, disse.
Na sua mensagem, Alberto Fernández disse que participará diretamente da campanha da coalizão governista Frente de Todos e repetiu que a aliança política deverá competir com novos nomes na corrida à Casa Rosada. A posse do seu sucessor será no dia 10 de dezembro, quando a Argentina completa 40 anos de retorno da democracia ao país após uma das mais sangrentas ditaduras da América Latina (1976-1983).
No vídeo, divulgado por Fernández, ele diz que 2023 marca as duas décadas da chegada do ex-presidente Nestor Kirchner (1950-2010) à Presidência. Foi a partir da posse de Kirchner, que governou a Argentina entre 2003 e 2007, que nasceu o kirchnerismo em termos nacionais.
Após Kirchner, sua esposa e atual vice-presidente Cristina Kirchner foi a presidente (2007-2010), sendo sucedida pelo ex-presidente Mauricio Macri, da direita.
Para Macri, que também já anunciou que não será candidato à Presidência, Fernández mandou seu recado na mensagem desta sexta-feira. “Recebemos um país endividado, com altos índices de pobreza, inflação alta, os efeitos da pandemia, uma guerra (Guerra da Ucrânia) e uma seca brutal”, disse.
Num balanço do seu governo, em tom de despedida, Alberto Fernández disse que seu governo realizou obras, como as de casas populares, e estratégicas, como o início do gasoduto chamado Nestor Kirchner – a obra completa prevê a transmissão da energia do complexo energético de Vaca Muerta, na região da Patagônia, no sul da Argentina, até a fronteira com o Brasil. “Fizemos pontes com a América Latina e com um mundo em crise”, disse Fernández enquanto eram mostradas imagens de seus encontros com o presidente Lula e com o ex-presidente boliviano Evo Morales.
Com a Argentina registrando índices negativos na área econômica e social, com inflação que chegou a 7,7%, apenas no mês de março, acumulando 104% nos últimos doze meses, e aumento nos índices de pobreza, Alberto Fernández reconheceu: