O diretor do Instituto de Oceanografia da USP, Paulo Sumida, falou à CNN nesta quinta-feira (22) sobre a implosão do submarino que viajava em direção aos destroços do Titanic.
Paulo explicou que, após a falha, a pressão aplicada no casco do submersível inviabilizaria uma explosão. Dessa forma, o colapso na estrutura seria uma implosão, ou seja, algo interno, ao invés de externo.
“Ele implode porque o casco está cheio de ar. O ar é muito compressível, ao contrário da água, que é pouco. Então toda a pressão da água envolta do casco – imagina uma coluna de água de 4 km sobre esse casco – exercendo pressão por todos os lados”, avaliou.
“Quando teve a falha, a tendência foi que pressionasse o ar. Então, ele não poderia explodir, porque a pressão não deixaria. Então, ele implodiu. As paredes colapsaram e parte delas foram tiradas em três pedaços, o que mostra o grau de violência dessa pressão”.
O submarino Titan, da OceanGate, estava desaparecido desde domingo (18). A Guarda Costeira dos Estados Unidos confirmou a morte dos passageiros do submarino nesta quinta-feira (22) após os destroços terem sido encontrados, indicando que houve uma perda da pressão da cabine.
Estavam no submarino o empresário britânico Hamish Harding; o mergulhador Paul-Henri Nargeolet; o empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho, Sulaiman Dawood; e o CEO e fundador da OceanGate, Stockton Rush.
“Em nome da guarda costeira dos EUA dou os pêsames para as famílias. Só consigo imaginar como isso tem sido para eles e espero que essa descoberta traga algum conforto nesse momento tão difícil”, disse o contra-almirante John Mauger, comandante do Primeiro Distrito da Guarda Costeira, em entrevista à imprensa.