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Ao lado de Macron, Lula chama de ‘ameaça’ carta da União Europeia ao Mercosul

O acordo entre os dois blocos é negociado desde 1999. Em 2019, foram finalizadas as negociações comerciais e, em 2021, as relacionadas a aspectos políticos e de cooperação.

Ao lado de Macron, Lula chama de 'ameaça' carta da União Europeia ao Mercosul

Lula está em Paris desde quinta (22), após dois dias de agendas em Roma e no Vaticano, onde encontrou o Papa Francisco e os principais líderes políticos da Itália.

Ao lado de Emmanuel Macron, o presidente Lula (PT) classificou como uma “ameaça” o dispositivo do acordo entre o Mercosul e a União Europeia que prevê sanções em caso de descumprimentos de obrigações par parte dos países participantes.

“Eu estou doido para fazer um acordo com a União Europeia. Mas não é possível, a carta adicional que foi feita pela UE não permite que se faça um acordo. Nós vamos fazer a resposta, e vamos mandar a resposta, mas é preciso que a gente comece a discutir. Não é possível, que nós temos uma parceira estratégica, e haja uma carta adicional que faça ameaça a um parceiro estratégico”, afirmou Lula nesta sexta-feira (23), em Paris.

O acordo entre os dois blocos é negociado desde 1999. Em 2019, foram finalizadas as negociações comerciais e, em 2021, as relacionadas a aspectos políticos e de cooperação. Desde então, o acordo está em fase de revisão, para ser feita a assinatura, e a política ambiental da gestão Jair Bolsonaro (PL), que resultou na alta do desmatamento, dificultou a negociação.

A União Europeia enviou ao Mercosul um documento com “instrumentos adicionais” a serem acrescentados no acordo. São esses instrumentos adicionais que Lula classificou como ameaça.

Lula está em Paris desde quinta (22), após dois dias de agendas em Roma e no Vaticano, onde encontrou o Papa Francisco e os principais líderes políticos da Itália.

Na capital francesa, o presidente participou do evento “Power Our Planet”, no Campo de Marte, e destacou a importância de preservar a floresta amazônica.

O presidente afirmou que os países que fizeram a revolução industrial, grandes potências da Europa, têm uma “dívida histórica”, já que poluíram o planeta.

Para Lula, cabe a esses países financiarem ações de preservação ambiental em nações em desenvolvimento, a exemplo do Brasil.