O ministro da Justiça, Flávio Dino, utilizou suas redes sociais para criticar veementemente a fala do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, do partido Novo. Zema havia defendido a formação de uma frente composta pelos estados das regiões Sul e Sudeste do país, a fim de enfrentar os estados do Norte e Nordeste em questões econômicas no Congresso Nacional.
Para o ministro Dino, tal proposição é inadmissível e um exemplo de como a extrema-direita pode estar promovendo divisões regionais, o que prejudica a unidade nacional. Em suas palavras, ele considera “absurdo que a extrema-direita esteja fomentando divisões regionais”, ressaltando a importância de fortalecer os laços entre todas as regiões do Brasil.
Para embasar sua argumentação, Flávio Dino mencionou um ponto fundamental da Constituição Brasileira, especificamente o artigo 19, que proíbe a criação de distinções entre os brasileiros ou preferências entre si. Dessa forma, o ministro reforçou que a união e a igualdade entre os cidadãos devem ser preservadas e que não se pode permitir que sejam criados antagonismos entre as diferentes partes do país.
Ainda enfatizando o respeito às normas constitucionais, Flávio Dino evocou uma frase icônica de Ulysses Guimarães, proferida em 1988: “Traidor da Constituição é traidor da Pátria”. Com essa citação, o ministro ressalta a importância de não apenas respeitar, mas também valorizar a Carta Magna como base essencial da democracia brasileira.
Por sua vez, Romeu Zema defendeu a proposta de ações conjuntas entre os estados do Sul e Sudeste, visando defender seus interesses no Congresso Nacional, especialmente em relação às perdas econômicas em relação aos estados do Norte e Nordeste. Essa declaração provocou uma reação dos governadores do Nordeste, que divulgaram uma carta criticando a posição de Zema.
A carta foi assinada pelo governador da Paraíba, João Azevedo (PSB), que também preside o Consórcio Nordeste, e representa os outros oito chefes de executivos estaduais da região. Nela, eles expressaram sua preocupação com a possibilidade de a proposta de Zema aprofundar as desigualdades regionais e prejudicar o desenvolvimento conjunto do país.
Diante dessas divergências, o debate sobre a união nacional e o respeito aos princípios constitucionais ganhou destaque, e a sociedade aguarda a continuidade dos acontecimentos para entender melhor as repercussões dessas posições políticas. O papel do Estado é garantir a igualdade e o progresso para todas as regiões, sem favorecer ou privilegiar nenhuma delas, e cabe aos líderes políticos conduzir o país rumo a um desenvolvimento justo e equitativo.