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Blogueiro bolsonarista preso por bomba em aeroporto de Brasília negocia delação à CPI do 8/1

"Ele não agia sozinho, havia em torno dele várias outras pessoas. Então, eu entendo que ele tem um volume significativo de informações que poderá trazer para os trabalhos da CPI com provas", afirmou a senadora Eliziane Gama, de acordo com

Blogueiro bolsonarista preso por bomba em aeroporto de Brasília negocia delação à CPI do 8/1

O blogueiro pediu ao seu advogado, Sildilon Maia, que respondesse à proposta em seu nome. Maia informou que terá acesso ao processo de seu cliente e estará disponível para discutir a proposta a partir da próxima semana.

O blogueiro bolsonarista Wellington Macedo de Souza, preso por colocar explosivos em um caminhão tanque próximo ao aeroporto de Brasília, considera a possibilidade de firmar um acordo de delação premiada com a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPmI) dos Atos Golpistas. Segundo o UOL, a proposta foi feita pela relatora do colegiado comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), e a defesa de Souza indicou disposição para negociar.

“Ele não agia sozinho, havia em torno dele várias outras pessoas. Então, eu entendo que ele tem um volume significativo de informações que poderá trazer para os trabalhos da CPI com provas”, afirmou a senadora Eliziane Gama, de acordo com a reportagem.

No entanto, a concretização da delação premiada depende da aprovação dos membros da comissão. Posteriormente, o Ministério Público Federal (MPF) e o Supremo Tribunal Federal (STF) também avaliarão o acordo proposto.

A oportunidade de delação surgiu ao final do depoimento de quatro horas e meia de Wellington Macedo, que até então havia optado por permanecer em silêncio. Ele decidiu se pronunciar somente após a oferta da senadora Eliziane Gama.

O blogueiro pediu ao seu advogado, Sildilon Maia, que respondesse à proposta em seu nome. Maia informou que terá acesso ao processo de seu cliente e estará disponível para discutir a proposta a partir da próxima semana.

Para a relatora da CPI, a possível delação de Wellington poderia fornecer informações cruciais sobre o funcionamento do acampamento bolsonarista em frente ao quartel-general do Exército em Brasília. Ela espera obter detalhes sobre os organizadores do acampamento e quem financiava a infraestrutura, incluindo barracas, fornecimento de água, energia elétrica e refeições.

“Ele estava no acampamento e acompanhou todo o processo. Se tiver provas, será um ganho muito grande”, ressaltou.

Wellington Macedo de Souza foi preso no Paraguai. Ele foi condenado por participar da tentativa de explosão de uma bomba próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília, em 24 de dezembro de 2022. Em seu depoimento à CPMI, realizado nesta quinta-feira (21), ele exerceu o direito de ficar em silêncio para evitar se autoincriminar.

Wellington responde a dois inquéritos na Polícia Civil (PCDF). O condenado quebrou a tornozeleira eletrônica dois dias após o episódio da bomba e também é acusado de participar dos ataques à sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, em 12 de dezembro de 2022.

Ele foi preso em 2021 por estimular manifestações com pautas antidemocráticas, em 7 de setembro daquele ano, mas tinha sido liberado da prisão mediante adoção de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.