A Polícia Federal (PF) cumpre oito mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em Araruama, na Região dos Lagos fluminense, mirando policiais civis suspeitos de desviar parte de uma carga de cocaína apreendida e traficar a droga, estimada em 280 kg. Entre os suspeitos está um delegado.
Não foram feitas prisões, mas os policiais civis suspeitos foram afastados de seus cargos, vão ter de usar tornozeleira eletrônica e tiveram, ao todo, R$ 5 milhões em patrimônio bloqueados pela Justiça. Eles não tiveram a identidade divulgada.
A Operação Déjá Vu, expressão em francês para algo que “já foi visto”, mobiliza 50 policiais federais, que cumprem os mandados em endereços ligados aos suspeitos e na 33ª Delegacia de Polícia Civil, que fica em Realengo (RJ).
A diligência, segundo a PF, é um desdobramento da Operação Turfe, deflagrada em fevereiro de 2022 para desarticular uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de drogas. Na época, a PF apreendeu quase R$ 1 milhão em espécie e carros de luxo pertencentes a alvos da investigação.
Nessa operação, policiais federais realizavam o monitoramento e o acompanhamento de uma carga de cocaína que seria exportada via Porto do Rio. Os traficantes monitorados pela PF, no entanto, acabaram abordados na saída da Comunidade da Maré por uma guarnição de policiais civis que apreenderam sete malas com 220 kg de cocaína.
A PF sabia, porém, que os traficantes levavam 17 malas, e as investigações mostraram que os policiais envolvidos desviaram outras 10 malas, contendo 280 kg da droga.
Após esse fato, a PF diz ter feito investigação patrimonial e atestado que, além dos condutores da ocorrência, houve o envolvimento do delegado titular da 25ª Delegacia de Polícia Civil, de um outro policial civil e da irmã de um dos policiais.
Os mandados foram expedidos expedidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Resende do TJRJ.