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Policiais apreendem armas e droga do Comando Vermelho e vendem a grupo rival, diz PF

Apenas após negociar a venda, os policiais teriam registrado a ocorrência sobre a apreensão do material do Comando Vermelho, contabilizando somente dois fuzis.

Policiais apreendem armas e droga do Comando Vermelho e vendem a grupo rival, diz PF

Policiais civis do Rio de Janeiro apreenderam armas e drogas de uma facção e venderam o material a um grupo rival. 

Um relatório de inteligência da Polícia Federal, no âmbito da Operação Drake, afirma que policiais civis do Rio de Janeiro apreenderam armas e drogas de uma facção e venderam o material a um grupo rival.

Segundo o documento, uma fonte do setor de inteligência apontou “a participação de policiais civis, lotados na delegacia de roubos e furtos de cargas da Polícia Civil do Rio de Janeiro, em crimes de extorsão e venda de armas e drogas oriundas de apreensão”.

De acordo com o relatório, os policiais haviam pedido R$ 500 mil para liberar um criminoso do Comando Vermelho que havia sido preso. Como a facção pagou apenas R$ 100 mil, e não o valor integral exigido, os policiais teriam decidido retaliar e “estouraram um paiol onde teriam sido encontrados 31 fuzis, um número incerto de armas curtas (pistolas), quantidade incerta de cocaína e cerca de R$ 1,4 milhão”, diz o relatório.

A equipe policial teria, então, vendido 29 fuzis e as drogas para uma outra facção, chamada Terceiro Comando Puro (TPC). Apenas após negociar a venda, os policiais teriam registrado a ocorrência sobre a apreensão do material do Comando Vermelho, contabilizando somente dois fuzis.

Um dos envolvidos na ação seria o policial civil Juan Felipe Alves da Silva, Chefe do Grupo de Investigação Complementar da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas da Polícia Civil do Rio. Silva é investigado e denunciado na operação Drake, da Polícia Federal. Vale reforçar que a operação foi deflagrada no dia 19 de outubro para investigar quatro policiais civis do RJ e um advogado sobre a prática de extorsão de traficantes para liberar um carregamento de maconha.

Procurada, a Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou ter aberto apuração interna e acompanhar a investigação da Polícia Federal.