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Abin foi instrumentalizada para monitorar investigações do caso Marielle, diz Moraes

Moraes também determinou o afastamento de 7 policiais federais que atuaram com Ramagem na Abin. Ele também proibiu os investigados de ausentarem-se do Distrito Federal e a suspensão de seus acessos às redes sociais. 

Abin foi instrumentalizada para monitorar investigações do caso Marielle, diz Moraes

Operação Vigilância Aproximada apura um esquema de espionagem montado na Abin para monitorar, ilegalmente, autoridades públicas e cidadãos comuns.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi quem determinou busca e apreensão domiciliar e pessoal contra Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e hoje deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro.

A Polícia Federal cumpriu, nesta quinta-feira (25), mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao deputado Ramagem. A Operação Vigilância Aproximada apura um esquema de espionagem montado na Abin para monitorar, ilegalmente, autoridades públicas e cidadãos comuns.

Moraes também determinou o afastamento de 7 policiais federais que atuaram com Ramagem na Abin. Ele também proibiu os investigados de ausentarem-se do Distrito Federal e a suspensão de seus acessos às redes sociais.

“Em relação ao investigado ALEXANDRE RAMAGEM RODRIGUES, Deputado Federal, pelo fato do investigado integrar a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência da Câmara dos Deputados, tendo assinado requerimentos de informações relacionados aos fatos sob os quais pende a presente investigação, DETERMINO que o atendimento de eventuais novas requisições e requerimentos do parlamentar pela PGR, PF, CGU, ABIN deverá ser submetido a essa relatoria no SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, em face do sigilo das investigações”, diz o despacho de segunda-feira (22).

Na decisão, Moraes também afirma que a Abin foi usada no governo de Jair Bolsonaro para monitorar o caso Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 2018.

“Em outra oportunidade, novamente, ficou patente a instrumentalização da ABIN, para monitoramento da Promotora de Justiça do Rio de Janeiro e coordenadora da força-tarefa sobre os homicídios qualificados perpetrados em desfavor da vereadora MARIELLE FRANCO e o motorista que lhe acompanhava ANDERSON GOMES”, diz, ao apontar o uso político da Abin.

“A CGU identificou no servidor de impressão resumo do currículo da Promotora de Justiça do Rio de Janeiro coordenadora da força-tarefa sobre os homicídios qualificados perpetrados em desfavor da vereadora MARIELLE FRANCO e o motorista que lhe acompanhava ANDERSON GOMES. O documento tem a mesma ausência de identidade visual nos moldes dos Relatórios apócrifos da estrutura paralela”, acrescenta o despacho.