O general Augusto Heleno (foto), ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), afirmou, em reunião com a presença de Jair Bolsonaro (PL), em julho de 2022, que “o que tiver que ser feito tem que ser feito antes das eleições”.
A declaração consta na transcrição do vídeo de uma reunião obtido pela Polícia Federal em um computador apreendido na casa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e integra o relatório que embasou a operação.
“Não vai ter revisão do VAR. Então, o que tiver que ser feito tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa é antes das eleições”, disse o ex-ministro do GSI.
“Eu acho que as coisas têm que ser feitas antes das eleições. E vai chegar a um ponto que nós não vamos poder mais falar. Nós vamos ter que agir. Agir contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas. Isso pra mim é muito claro”, acrescentou o general Augusto Heleno.
Para a Polícia Federal, a descrição da reunião de 5 de julho de 2022 revela “o arranjo de dinâmica golpista, no âmbito da alta cúpula do governo, manifestando-se todos os investigados que dela tomaram parte no sentido de validar e amplificar a massiva desinformação e as narrativas fraudulentas sobre as eleições e a Justiça eleitoral”.
Alvo da Operação Tempus Veritatis
O ex-ministro do GSI foi um dos alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada nesta quinta-feira, 8, pela Polícia Federal por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Além do general Augusto Heleno, o ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e os ex-ministros Anderson Torres e Walter Braga Netto também foram alvos da operação.
Dois ex-assessores de Bolsonaro foram presos. São eles: Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens, e Filipe Martins, ex-assessor internacional do governo Bolsonaro.