O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) usou um plano de saúde e só pagou um boleto do serviço por conta própria após nove anos. O Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro e Corrupção do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) suspeita que os valores foram pagos em espécie com dinheiro oriundo de rachadinha. A informação é da coluna de Juliana Dal Piva no ICL Notícias.
Segundo a investigação, Carlos teve contratos ativos com a Qualicorp entre 2011 e 2015 e com a Unimed, entre 2015 e 2020. O único pagamento registrado pelo vereador, em dezembro de 2014, foi de uma fatura de R$ 545,97 da primeira empresa.
Diante da suspeita de crime, peritos do MP sugeriram que o promotor responsável pela investigação notifique a Qualicorp e a Unimed e questionem se Carlos “possuiu de fato vínculo contratual de plano privado de saúde com as respectivas pessoas jurídicas”.
Os membros do órgão ainda pedem que sejam solicitadas informações como “o período contratual, as datas dos pagamentos, os valores pagos mensalmente e o banco responsável pela emissão dos boletos”.
O MP identificou que o chefe de gabinete de Carlos, Jorge Luiz Fernandes, pagava sistematicamente as despesas pessoais dele. A investigação encontrou um depósito da esposa do servidor, Regina Celia Sobral Fernandes, para a Unimed no valor de R$ 954,48 em novembro de 2018.
Além de pagamentos como plano de saúde, Carlos também terceirizou a escola das filhas e prestações de 12 salas comerciais, quitando R$ 297 mil da compra dos imóveis sem registrar nenhum depósito em sua conta bancária.
Os dados fazem parte de um relatório do setor do MP que apura peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no gabinete do vereador. O documento foi produzido em agosto de 2023 após a 1 Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) autorizar a quebra de sigilos fiscal e bancário de Carlos e seus assessores.