O aiotolá Ali Khamenei, considerado líder supremo do Irã, prometeu vingança contra Israel pela morte do chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, em um atentado aéreo, nas primeiras horas desta quarta-feira (31/7).
Até o momento, Israel não confirmou ou negou a autoria no ataque, entretanto o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, afirmou que o país “não quer guerra”, mas que está preparado para “todas as possibilidades”.
O grupo extremista Hamas e o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã confirmaram a morte do líder político e acusam Israel pela morte. Ismail Haniyeh estava no Irã para participar da posse do presidente Masoud Pezeshkian.
Apesar de o governo israelense não ter assumido a autoria do ataque que causou a morte do chefe do Hamas, Khamenei prometeu “punição severa” a Israel, em comunicado divulgado pela agência de notícias oficial Irna. “Com este ato, o regime sionista criminoso e terrorista preparou o terreno para uma punição severa para si mesmo. Consideramos nosso dever vingar o sangue de Haniyeh, que foi derramado no território da República Islâmica do Irã”, ameaçou.
O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, que tomou posse na terça-feira (30/7), também se posicionou e criticou a ação. “A República Islâmica do Irã defenderá sua integridade territorial, sua honra, seu orgulho e sua dignidade, e fará com que os invasores terroristas se arrependam desse ato covarde”, escreveu Pezeshkian na rede X.
O braço armado do Hamas, responsável pelo ataque a Israel em 7 de outubro de 2023, pontapé inicial da guerra em Gaza, ressaltou que vingará o assassinato e que o ato trará “consequências enormes para toda a região”. “Este assassinato […] leva a guerra para outro nível e terá consequências enormes em toda a região”, reforça um comunicado divulgado pelas Brigadas Ezzedine Al Qassam.
Países condenam ataque
Turquia, China, Rússia e Palestina se posicionaram contra o ataque ao território iraniano. “Que Deus tenha misericórdia do meu irmão Ismail Haniyeh, que foi martirizado como resultado deste ataque hediondo”, escreveu o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, na rede social X, denunciando “barbárie sionista”.
Em coletiva de imprensa, o porta-voz diplomático chinês Lin Jian afirmou que a China está “muito preocupada com este incidente” e que o país se opõe e condena “este assassinato”. A Rússia, por sua vez, denunciou um “assassinato político inaceitável”, que levará “a uma nova escalada das tensões”, disse o vice-ministro das Relações Exteriores russo, Mikhail Bogdanov, à agência de notícias estatal RIA Novosti.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, também reagiu e pediu aos palestinos que “se unam, mostrem paciência e firmeza diante da ocupação israelense”. Segundo ele, a morte de Hanyeh pode levar a uma escalada da violência na região.