O comando Militar da Amazônia, que compreende os estados de Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima, e envolve a 12ª Região Militar, é a unidade que reúne o maior número de militares indiciados pela Polícia Federal (PF) por tentativa de golpe e de planejarem a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No total, dos 36 indiciados pela Polícia Federal no inquérito que investiga o plano de golpe de Estado, têm ou tiveram atuação recente no Comando Militar da Amazônia (CMA).
O general Nilton Rodrigues, por exemplo, é o atual comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, sediada no município de São Gabriel da Cachoeira. Nilton Diniz foi convocado pela PF para prestar depoimento no início de novembro, como parte do aprofundamento das investigações.
O general é membro do seleto grupo de Forças Especiais do Exército, conhecido como “Kids Pretos”. Essa unidade de elite, treinada em técnicas avançadas de combate, foi mencionada em investigações que apuram o uso de táticas militares durante os ataques de janeiro.
Além de Nilton Rodrigues, e o tenente-coronel Cleverson Ney Magalhães, também, passou pela jurisdição do CMA como subcomandante do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) – uma das melhores unidades de combate na selva do mundo.
Outro general que passou pela região foi o general da reserva Theophilo Gaspar. Até 2021, ele atuou como comandante da 12ª Região Militar, em Manaus.
Já o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima até ano 2023 ocupou o comando da 3ª Companhia de Forças Especiais de Manaus.
Helio Ferreira, integrante dos “kids pretos”, assumiu o comando da unidade militar no dia 19 de dezembro de 2023 e destituído do cargo em fevereiro deste ano após deflagração da Operação Tempus Veritatis da PF que investiga tentativa de um golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022.
O ex-comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais foi exonerado por meio da portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 8 de fevereiro deste ano, no mesmo dia em que a operação foi deflagrada.