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Onda de violência policial em SP faz Tarcísio recuar e a defender câmeras corporais da PM: “eu estava errado”

A mudança no discurso ocorre em meio a uma crise na segurança pública paulista. O caso mais recente de violência policial ocorreu no domingo (1º), quando um soldado foi filmado jogando um homem de uma ponte na zona sul da

Onda de violência policial em SP faz Tarcísio recuar e  a defender câmeras corporais da PM: “eu estava errado”

A mudança no discurso ocorre em meio a uma crise na segurança pública paulista. O caso mais recente de violência policial ocorreu no domingo (1º), quando um soldado foi filmado jogando um homem de uma ponte na zona sul da capital.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou nesta quinta-feira (5) que não apenas manterá o programa de câmeras corporais nas fardas da Polícia Militar, como pretende ampliá-lo. A declaração ocorre após uma série de casos recentes de violência policial que geraram indignação pública. O bolsonarista admitiu que sua visão anterior sobre o uso do equipamento estava equivocada.

“Eu era uma pessoa que estava completamente errada nessa questão. Hoje estou convencido de que as câmeras são um instrumento de proteção da sociedade e do policial. Vamos manter, ampliar e buscar o que há de melhor em tecnologia”, afirmou o governador. Na gestão de Tarcísio, a Polícia Militar aumentou em 98% o número de mortes em relação ao governo anterior, de João Dória (PSDB).

Atualmente, as câmeras corporais usadas pela PM paulista gravam automaticamente, mas o governo estuda adotar modelos que permitam ativação manual, buscando maior flexibilidade no uso do equipamento.

A mudança no discurso ocorre em meio a uma crise na segurança pública paulista. O caso mais recente de violência policial ocorreu no domingo (1º), quando um soldado foi filmado jogando um homem de uma ponte na zona sul da capital. O agente está preso por ordem da Justiça Militar.

Outros episódios também chocaram a população, como o assassinato de um estudante de medicina, baleado a queima-roupa durante uma abordagem, e a agressão de uma mulher de 63 anos em Barueri, após seu filho sofrer um golpe de mata-leão, proibido pela corporação.

Entre janeiro e novembro de 2022, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo contabilizou 355 mortes causadas por policiais. No mesmo período, em 2024, a pasta comandada por Guilherme Derrite (PL) registrou 702 assassinatos.

Confrontado sobre os casos, Tarcísio anunciou que a reciclagem de 100% da tropa será uma prioridade imediata. “Quando policiais se envolvem em ocorrências como as de Barueri, eles são recolhidos à Corregedoria. Vamos repassar os treinamentos, publicizar os procedimentos e garantir que esses sejam internalizados por toda a corporação”, declarou.

Segundo o bolsonarista, transgressões disciplinares e falhas no treinamento são preocupantes e chocam tanto a sociedade quanto os próprios gestores de segurança pública. Dados do Ministério Público mostram que mortes cometidas por policiais militares no estado aumentaram 46% até 17 de novembro deste ano, em comparação a 2023, ampliando a pressão sobre a gestão.