Em seu primeiro discurso após ser empossado nesta segunda-feira (20) como 47º presidente dos Estados Unidos, Donald Trump repetiu várias declarações falsas e enganosas que ele havia feito durante a campanha eleitoral. Agora, elas incluíram falas sobre imigração, economia, veículos elétricos e o Canal do Panamá.
A agência de notícias Associated Press fez uma análise das alegações falsas e enganosas de Trump no discurso.
Veja abaixo
Alegação infundada sobre imigrantes
A declaração – Trump, um republicano, disse que o governo dos EUA “falha em proteger nossos magníficos cidadãos americanos cumpridores da lei, mas fornece santuário e proteção para criminosos perigosos, muitos de prisões e instituições mentais que entraram ilegalmente em nosso país de todo o mundo”.
Os fatos – Não há evidências de que outros países estejam enviando seus criminosos ou doentes mentais através da fronteira.
Comentário falso sobre ‘fraude’ em 2020
A declaração – “A propósito, em 2020, essa eleição foi totalmente fraudada.”
Os fatos – A eleição não foi fraudada. Autoridades que revisaram a eleição — incluindo o próprio procurador-geral de Trump — concluíram que a eleição foi justa.
Na disputa de 202, Biden venceu o Colégio Eleitoral com 306 votos, contra 232 de Trump. O democrata também superou o republicano por mais de 7 milhões de votos, na contagem geral. Recontagens em estados-chave confirmaram a vitória de Biden, e ações judiciais contestando os resultados não tiveram sucesso.
Inflação sob Biden não foi recorde
A declaração – “Vou orientar todos os membros do meu gabinete a reunirem os vastos poderes à sua disposição para derrotar o que era uma inflação recorde e reduzir rapidamente os custos e preços.”
Os fatos – A inflação atingiu o pico de 9,1% em junho de 2022, após aumentar de forma constante nos primeiros 17 meses da presidência do democrata Joe Biden, partindo de 0,1% em maio de 2020. Os dados mais recentes mostram que, em dezembro de 2024, ela havia caído para 2,9%.
Outros períodos históricos registraram uma inflação mais alta, como uma taxa de mais de 14% em 1980, de acordo com o Federal Reserve.
O preço médio de bens de consumo básicos teve grandes picos nos últimos anos. Por exemplo, uma dúzia de ovos grandes passou de US$ 1,33 (em agosto de 2020) para US$ 4,82 (em janeiro de 2023). Eles diminuíram de preço para US$ 2,07 (em setembro de 2023), mas estão subindo novamente, chegando US$ 4,15 (em dezembro de 2024). Isso deve ser atribuído, em parte, a um surto persistente de gripe aviária, coincidindo com a alta demanda durante a temporada de fim de ano.
Um galão de leite integral atingiu uma alta de US$ 4,22 (em novembro de 2022), ante US$ 2,25 (no início do mandato de Biden, em 2021). Na cotação mais recente, o item estava em US$ 4,10 (em dezembro de 2024).
A gasolina caiu para US$ 1,77 o galão sob Trump, no mandato anterior. Mas essa queda de preço aconteceu durante os bloqueios da pandemia de Covid-19, quando poucas pessoas estavam dirigindo. Os preços baixos se deviam a uma crise global de saúde, e não às políticas de Trump. Sob Biden, o preço da gasolina atingiu US$ 5,06 (em junho de 2022). Desde então, vem caindo, chegando a US$ 3,15 (em dezembro de 2024).