O dólar fechou em forte queda nesta quarta-feira (22/01). A moeda americana recuou 1,40%, a R$ 5,94, o menor patamar desde novembro do ano passado. Pouco antes das 14 horas, ela chegou a R$ 5,91, o menor valor registrado durante um pregão (intraday, no jargão) desde 12 de dezembro de 2024.
Em grande medida, a queda da cotação reflete a calmaria no mercado internacional, ainda vigente no segundo dia do governo de Donald Trump. Entre analistas, havia a expectativa de que o presidente americano promovesse uma forte elevação das tarifas comerciais contra diversos países.
Isso , porém, não ocorreu. Ou melhor, ainda não ocorreu. Trump já afirmou que vai impor tarifas de 25% sobre importações do Canadá e do México. Disse ainda que esse patamar será de 10% no caso da China, embora a cifra seja inferior à que vinha sendo cogitada pelo mercado.
“O fato é que o mundo esperava um tarifaço de Trump e isso não aconteceu”, diz Emerson Vieira Junior, responsável pela mesa de câmbio da Convexa Investimentos. “Se ele viesse, havia o risco de maior inflação nos Estados Unidos, o que poderia comprometer a queda dos juros americanos, algo que seria ruim para o mundo todo e, em especial, para o Brasil”.
No cenário interno, houve uma baixa, ainda que momentânea, da agitação presente no mercado no fim de 2024 por causa da questão fiscal (que trata da relação entre receitas e despesas do governo). Além disso, investidores estrangeiros investiram no mercado de capitais do Brasil nos primeiros dias deste ano, o que significa uma maior entrada de dólares no país.
Na última quinta-feira (16/1), por exemplo, houve o ingresso de R$ 6,5 bilhões no segmento secundário (ações já listadas) da Bolsa brasileira (B3) por não residentes no país. Esse foi o maior aporte diário desde 2012 e garantiu um superávit de R$ 700 milhões à categoria, o primeiro de 2025.
Nesta quarta-feira (22/1), a B3 operou estável. Às 17 horas, o Ibovespa, o principal índice da Bolsa, registrava uma queda de 0,01%, aos 123.328 pontos. Ou seja, estava no zero a zero.
Na avaliação da corretora Ativa, os destaques positivos da B3 ficaram com as ações da Azul e da Lojas Renner. Elas chegaram a subir, respectivamente, 6,98% e 5,11%. Os negativos foram para a Minerva, com queda de 3,22%, e Ambev (ABEV3), com recuo de 2,13%.