![Governo Lula prepara estoques de arroz, milho e trigo contra inflação da comida](https://matraqueiro.com.br/wp-content/uploads/2025/02/governo-lula-prepara-estoques-de-arroz-milho-e-trigo-contra-inflacao-da-comida.jpg)
De acordo com a secretária-executiva do MDA, Fernanda Machiaveli de Oliveira, o governo descarta medidas como controle de preços ou mudanças na validade dos produtos.
O governo do presidente Lula está adotando medidas para conter a alta dos preços dos alimentos no Brasil. Entre as ações planejadas, está a criação de estoques de arroz e milho a preços reduzidos para abastecer o mercado. Além disso, o governo estuda a inclusão do trigo nessa estratégia. O objetivo é minimizar os impactos da inflação, que afeta a popularidade do presidente e compromete o poder de compra da população.
O plano é conduzido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que também trabalha no redirecionamento de cerca de R$ 5 bilhões para financiar produtores de itens da cesta básica. Outra possibilidade em análise é a redução da tarifa de importação para alguns produtos, afirma apuração do Metrópoles.
De acordo com a secretária-executiva do MDA, Fernanda Machiaveli de Oliveira, o governo descarta medidas como controle de preços ou mudanças na validade dos produtos. Segundo ela, a alta dos alimentos está atrelada ao mercado internacional e deve desacelerar nos próximos meses.
“O Brasil terá uma safra recorde neste ano. Com a ampliação do Plano Safra, redução de juros para financiamento da produção de alimentos da cesta básica e retomada da política de estoques, já conseguimos registrar a menor inflação de alimentos em 2023. Agora, com a queda do dólar e o aumento da produção, os preços devem se estabilizar”, afirmou Oliveira.
Para garantir um preço mínimo aos produtores e evitar oscilações bruscas no mercado, o governo utilizará os contratos de opção. Esse modelo permite que o governo anuncie a compra de um produto por um valor pré-definido, garantindo que os agricultores tenham um preço mínimo assegurado. Caso o mercado ofereça um preço maior no momento da colheita, o produtor pode optar por não vender ao governo.
Além do arroz, o governo também pretende usar essa estratégia para milho e avalia a viabilidade para trigo. A compra de milho depende da queda dos preços do grão, enquanto a inclusão do trigo exige estudos adicionais, já que esse produto é altamente sensível a fatores climáticos e demanda grande irrigação. O Brasil atualmente é um importador de trigo, o que pode dificultar sua inclusão na política de estoques.
O governo também está desenvolvendo um plano para redirecionar créditos a produtores de alimentos da cesta básica. A ideia é alocar recursos federais no Banco do Brasil, que teria mais facilidade para conceder financiamentos acessíveis aos agricultores.
Outra mudança em análise é o fim das bandeiras do vale-alimentação, que hoje restringem os estabelecimentos onde o benefício pode ser utilizado. Segundo o governo, essas bandeiras retêm de 6% a 12% do valor do benefício, encarecendo os preços ao consumidor final.
O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), reconheceu o impacto da inflação dos alimentos e afirmou que o governo trata o tema como prioridade. Segundo ele, a alta dos preços se intensificou nos últimos quatro meses devido à valorização do dólar e a uma seca severa no Brasil.
“O setor agro é exportador. Quando o preço sobe lá fora, sobe aqui também. O presidente Lula está reativando os estoques reguladores para conter essa alta. A Conab cria estoques de arroz e feijão e, quando os preços disparam, libera os produtos para o mercado”, disse Farias.