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Bolsonaro participará de almoço com parlamentares da oposição no Senado nesta terça-feira (18). O encontro ocorre em meio às articulações para viabilizar a anistia aos condenados pelos atos terroristas de 8 de janeiro e tentar reverter sua inelegibilidade
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participará de um almoço com parlamentares da oposição no Senado nesta terça-feira (18). O encontro ocorre em meio às articulações para viabilizar a anistia aos condenados pelos atos terroristas de 8 de janeiro e tentar reverter sua inelegibilidade, conforme informações do Globo.
Nesta semana, também há a expectativa de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresente as conclusões sobre a trama golpista, o que pode resultar em uma denúncia contra Bolsonaro por tentativa de permanecer no poder e impedir a posse do presidente Lula (PT).
Parlamentares que estarão no encontro esperam que Bolsonaro fale sobre os recentes ataques contra o governo Lula. O ex-capitão, desesperado e temendo a prisão, busca manter sua base coesa e mobilizar seus apoiadores diante do cerco judicial que se fecha contra ele e seus aliados.
“Esse é um encontro que ocorre toda terça-feira com os senadores de oposição. O (ex-)presidente Bolsonaro foi convidado para conversar conosco a respeito do início do ano legislativo e das diversas pautas importantes que interessam ao povo brasileiro, incluindo anistia, conjuntura e outros temas. Não há pauta fechada”, afirmou o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN).
A anistia
Em público, bolsonaristas negam que o projeto de anistia tenha sido elaborado para beneficiar Bolsonaro, já que ele ainda não foi condenado pelo STF. “Se Bolsonaro lá na frente for condenado, a gente aprova outro projeto para ele”, afirma o deputado Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara.
Nos bastidores, contudo, aliados do ex-presidente apostam que, se conseguirem aprovar a anistia no Congresso, terão força para reverter sua inelegibilidade. No entanto, mesmo que a Lei da Ficha Limpa seja alterada, especialistas apontam que o impacto sobre condenações criminais seria nulo.
A proposta também deve ser ajustada para não conceder anistia total aos presos, buscando, assim, maior apoio entre deputados, senadores e a população.
A linha defendida por Sóstenes é a de anistiar apenas parte dos crimes pelos quais os acusados foram condenados, como associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado.
Os bolsonaristas consideram essas condenações injustas, argumentando que os atos não foram orquestrados e não teriam potencial para resultar em um golpe. Assim, os acusados manteriam as penas por crimes como dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, que preveem detenção, mas não prisão em regime fechado.
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