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VÍDEO – O momento em que Moraes avisa que Cid será preso

O vídeo mostra Moraes advertindo Cid sobre as consequências de não colaborar plenamente com as investigações. “Se não houver efetividade da colaboração, se a colaboração em nada auxiliou, não há por que, dentro dessa ideia de justiça colaborativa, a justiça

VÍDEO – O momento em que Moraes avisa que Cid será preso

Moraes destacou que aquela seria a “última chance do colaborador dizer a verdade sobre tudo” e que tinha em mãos um relatório da PF sobre a suposta tentativa de golpe. “Porque, depois, eu quero, aqui, não dizer que não avisei.”

No vídeo da delação de Mauro Cid, divulgado nesta quinta-feira (20), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes é visto alertando o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) que ele poderia ir preso caso mantivesse omissões em seu depoimento durante o acordo de colaboração premiada.

A audiência, realizada em 21 de novembro de 2024, ocorreu após a Polícia Federal informar ao ministro que Cid estaria sendo omisso em suas declarações sobre a trama golpista, que teria como objetivo matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio Moraes.

O vídeo mostra Moraes advertindo Cid sobre as consequências de não colaborar plenamente com as investigações. “Se não houver efetividade da colaboração, se a colaboração em nada auxiliou, não há por que, dentro dessa ideia de justiça colaborativa, a justiça premial, se dar os benefícios”, afirmou o ministro.

Moraes destacou que aquela seria a “última chance do colaborador dizer a verdade sobre tudo” e que tinha em mãos um relatório da PF sobre a suposta tentativa de golpe. “Porque, depois, eu quero, aqui, não dizer que não avisei.”

A investigação da PF revelou a existência de um plano, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que visava assassinar Lula, Alckmin e Moraes. A corporação também identificou ações relacionadas ao monitoramento do ministro do STF. No entanto, Cid teria omitido informações sobre esses pontos em seus depoimentos iniciais.

Durante a audiência, Moraes fez um alerta direto a Cid: “Já há o pedido da Polícia Federal, já há o parecer favorável da Procuradoria-Geral da República pela imediata decretação de prisão, do retorno à prisão do colaborador. Então, aqui, é importante, e exatamente por isso, a fim de possibilitar uma maior reflexão do colaborador com seus advogados”.

O ministro afirmou ainda que, se as omissões não fossem esclarecidas, Cid poderia voltar à prisão e os benefícios a sua família também poderiam ser revogados.

O acordo de colaboração premiada de Mauro Cid previa benefícios como um teto de dois anos para sua pena, restituição de bens apreendidos e extensão de proteção a seu pai, sua esposa e sua filha maior de idade. No entanto, esses benefícios estavam condicionados à efetividade de sua colaboração com as investigações.

Moraes deixou claro que a omissão de informações poderia resultar na rescisão do acordo e na responsabilização de familiares de Cid. “Para que esclareça omissões, contradições na sua colaboração, sob pena não só da decretação de prisão, como também da cessação e consequente rescisão da colaboração. E eventual rescisão engloba inclusive a continuidade das investigações e responsabilização do pai dos investigados, de sua esposa e de sua filha maior”, concluiu o ministro.

Após a advertência de Moraes, Cid mudou sua versão. Inicialmente, ele havia negado qualquer participação em planejamentos ou execuções de ações clandestinas com outros militares para consumar um golpe de Estado.

Ele também afirmou que, nas reuniões dos dias 12 e 28 de novembro de 2022, não foi planejada nenhuma ação com o objetivo de tentar um golpe, mas apenas discutida a insatisfação com a situação política do país.