O tenente-coronel Mauro Cid confirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou a “minuta golpista” aos comandantes das Forças Armadas em 2022. Em audiência com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em novembro passado, ele relatou que o documento foi mostrado aos militares durante uma reunião.
Ao ser questionado se o plano de ruptura institucional foi mostrado aos comandantes, Cid respondeu: “Eu creio que sim”. Segundo o depoimento do tenente-coronel, apenas o então comandante da Marinha, Almir Garnier, aderiu à iniciativa.
“Só para deixar claro: essa informação eu recebi via general Freire Gomes [então comandante do Exército] depois que a reunião acabou. Eu não participei da reunião, eu não estava na reunião”, prosseguiu Cid na audiência.
Segundo o relatório da Polícia Federal sobre a trama golpista, o encontro citado por Cid aconteceu em 7 de dezembro de 2023 no Palácio da Alvorada. Freire Gomes, em depoimento, disse que foi convocado por Bolsonaro, por meio do então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, para participar da reunião.
Além de Freire Gomes, Nogueira e Garnier, Filipe Martins, então assessor para assuntos internacionais da Presidência, participou do encontro para ler a “minuta do golpe” e depois deixou somente Bolsonaro e os militares sozinhos.
O documento previa estado de sítio e uma Operação de Garantia da Lei de da Ordem (GLO), segundo o depoimento de Freire Gomes.
