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Ministro Barroso afirma que não vê espaço para anistiar os envolvidos nos atos de 8/1

Quanto à citação na UTI, o ministro Alexandre (de Moraes) constatou que, se o (ex) presidente podia participar de lives, poderia receber citação. Ou você está inabilitado por razões de saúde para participar de atividades públicas ou está habilitado. Não

Ministro Barroso afirma que não vê espaço para anistiar os envolvidos nos atos de 8/1

“Anistia significa perdão” e o que ocorreu foi “imperdoável”, diz Barroso

Em entrevista ao Globo, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que não vê espaço para anistiar os envolvidos nos atos de 8 de janeiro, porque “anistia significa perdão” e o que ocorreu foi “imperdoável”. O magistrado disse que a revisão das penas pode ser discutida no Congresso, mas que, no STF, não há margem para mudanças. O ministro também comentou a intimação de Jair Bolsonaro (PL) durante a internação após cirurgia: “Se podia participar de lives, podia receber citação”, afirmou:

O STF enfrenta cobranças para reavaliar as punições impostas aos envolvidos no 8 de Janeiro. Como o senhor vai contornar essa pressão?

Eu não ligo para pressão, embora não seja indiferente ao sentimento social. O Supremo aplicou a legislação editada pelo Congresso nos julgamentos do 8 de Janeiro. A solução para quem acha que as penas foram excessivas é uma mudança na lei. Não acho que seja o caso de anistia, porque anistia significa perdão. E o que aconteceu é imperdoável. Mas redimensionar a extensão das penas, se o Congresso entender por bem, está dentro da sua competência. (…)

Há espaço para discutir a revisão de penas do 8 de Janeiro no STF?

Do ponto de vista do Direito vigente hoje, penso que não.

O STF vai concluir até o fim do ano a ação dos réus acusados de comandarem a trama golpista, como o ex-presidente Jair Bolsonaro?

Seria desejável, desde que compatível com o processo legal. Ainda é preciso ouvir as testemunhas, produzir provas e saber se é possível julgar este ano. Embora a aplicação do Direito e o processo eleitoral sejam coisas distintas, se pudermos evitar que ocorram simultaneamente, é desejável.

Por quê?

Porque são decisões que impactam o momento eleitoral. É melhor que as questões de Direito sejam julgadas em um ambiente não eleitoral.

Bolsonaro e aliados têm dito que o STF comete excessos, como intimá-lo na UTI e lacrar celulares durante o julgamento. Isso afeta a Corte?

Não. São duas situações completamente diferentes. A vida virou uma representação para cortes na rede social. Portanto, às vezes, as pessoas, em vez de desempenharem o seu papel, criam um factoide para postar. Para evitar isso, a Primeira Turma não permitiu filmagens. Quanto à citação na UTI, o ministro Alexandre (de Moraes) constatou que, se o (ex) presidente podia participar de lives, poderia receber citação. Ou você está inabilitado por razões de saúde para participar de atividades públicas ou está habilitado. Não pode estar para certas coisas e não para outras. (…)