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Líder do PL, Sóstenes Cavalcante é intimado por Dino por suspeita de acordo sobre emendas

De acordo com o líder do PL, o acordo previa que 30% do valor total destinado a uma comissão permanente da Câmara ficaria com o partido que preside o colegiado, enquanto os 70% restantes seriam distribuídos por Hugo Motta entre

Líder do PL, Sóstenes Cavalcante é intimado por Dino por suspeita de acordo sobre emendas

Sóstenes Cavalcante afirmou que ainda não havia sido formalmente intimado, mas que pretende responder ao ministro “com muito prazer”

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino intimou neste domingo (27) o líder da bancada do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), a prestar esclarecimentos em até 48 horas sobre um suposto acordo para divisão de emendas parlamentares de bancadas.

As declarações de Sóstenes surgiram em meio à pressão para que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), coloque em votação o requerimento de urgência do projeto de anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

Em entrevista a jornalistas, o deputado afirmou que o PL, partido de Jair Bolsonaro, poderia romper o acordo sobre a divisão das emendas caso a pauta não avance.

De acordo com o líder do PL, o acordo previa que 30% do valor total destinado a uma comissão permanente da Câmara ficaria com o partido que preside o colegiado, enquanto os 70% restantes seriam distribuídos por Hugo Motta entre as demais legendas.

O uso de emendas parlamentares como moeda de negociação é alvo de críticas. Flávio Dino, em decisões anteriores, suspendeu esse tipo de prática, determinando mais transparência e rastreabilidade na destinação dos recursos.

Na nova decisão, o ministro destacou que as falas de Sóstenes podem configurar descumprimento da Constituição Federal e da Lei Complementar nº 210/2024. “As declarações atribuídas ao líder do PL, se verdadeiras, poderiam indicar que emendas de comissão estariam novamente em dissonância com a Constituição e a legislação vigente”, escreveu Dino.

Ele ainda ressaltou que a legislação determina que as emendas de comissão devem ser destinadas a ações orçamentárias de interesse nacional ou regional e aprovadas formalmente pelas comissões, com registro em ata.

Nas redes sociais, o deputado reforçou o tom de enfrentamento ao Supremo. “Deputado eleito pelo povo não se curva a ameaças de ministro do STF. Fazemos política com transparência, dentro da Casa do Povo. E a luta pela anistia é justa, constitucional e legítima. Não aceitaremos censura, não aceitaremos intimidação”, escreveu.