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Falso médico é preso em Manaus durante a Operação Hipócrates da PC

A polícia confirmou que Gabriel se apresentava como pediatra e ortopedista, utilizando inclusive nomes de profissionais reais para legitimar os atendimentos. Ele abordava famílias em um hospital universitário, coletava informações e oferecia consultas, muitas vezes por meio de seu envolvimento

Falso médico é preso em Manaus durante a Operação Hipócrates da PC

Gabriel Ketzer da Silva, estudante de educação física, foi preso por se passar por médico em unidades de saúde públicas e privadas de Manaus.

A Polícia Civil do Amazonas prendeu preventivamente Gabriel Ketzer da Silva, estudante de educação física, acusado de se passar por médico em unidades de saúde públicas e privadas de Manaus. A prisão ocorreu durante a Operação Hipócrates, deflagrada por equipes do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), após denúncias de que o suspeito atendia principalmente crianças em situação de vulnerabilidade, sem qualquer formação médica.

Gabriel foi localizado na casa de um amigo, no bairro Parque Dez de Novembro, Zona Centro-Sul de Manaus. Com o mandado de prisão, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência do investigado, na clínica onde ele atuava e em uma fundação beneficente do estado, onde prestava atendimento voluntário.

Durante a ação, foram encontrados crachás falsificados, uniformes de plantão, carimbos com nomes de médicos, além de uma arma de brinquedo e um distintivo militar. De acordo com o delegado Cícero Túlio, a investigação teve início há cerca de 30 dias, após uma denúncia anônima alertar sobre as práticas ilegais de Gabriel na região metropolitana de Manaus. As redes sociais do suspeito ajudaram a polícia a identificar pacientes e reunir provas da atuação fraudulenta.

A polícia confirmou que Gabriel se apresentava como pediatra e ortopedista, utilizando inclusive nomes de profissionais reais para legitimar os atendimentos. Ele abordava famílias em um hospital universitário, coletava informações e oferecia consultas, muitas vezes por meio de seu envolvimento em ações voluntárias.

Um prontuário médico de uma criança atendida por ele foi peça-chave para a Justiça autorizar sua prisão preventiva. A polícia suspeita ainda da participação de outros profissionais, sobretudo médicos que possam ter permitido que Gabriel cobrisse plantões em seus nomes, cientes da sua ausência de qualificação.

O delegado ressaltou que o inquérito busca agora identificar cúmplices e ampliar a responsabilização de todos os envolvidos. Gabriel deve responder por uma série de crimes, entre eles falsa identidade, exercício ilegal da medicina, falsidade ideológica, charlatanismo, uso de documento falso, emissão fraudulenta de atestados médicos e estelionato contra pessoas vulneráveis.

Com a divulgação do caso, a Polícia Civil espera que novas vítimas se apresentem para relatar possíveis prejuízos decorrentes dos atendimentos prestados pelo falso médico.