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Governo Trump desmente Eduardo Bolsonaro sobre enviado dos EUA ao Brasil

Nos Estados Unidos, Eduardo tem atuado para influenciar o governo Trump a adotar medidas contra membros do Judiciário brasileiro. A estratégia, segundo analistas, visa fortalecer sua base bolsonarista de olho nas eleições de 2026. O grupo espera que Trump repita

Governo Trump desmente Eduardo Bolsonaro sobre enviado dos EUA ao Brasil

Segundo o deputado licenciado, um enviado americano viria ao Brasil para tratar do tema — algo que não foi confirmado pelas autoridades dos Estados Unidos.

O governo de Donald Trump desmentiu a versão divulgada por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sobre a suposta intenção da Casa Branca de impor sanções a autoridades brasileiras, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Segundo o deputado licenciado, um enviado americano viria ao Brasil para tratar do tema — algo que não foi confirmado pelas autoridades dos Estados Unidos. A revelação foi feita após o portal UOL divulgar que a viagem de David Gamble, chefe interino da Coordenação de Sanções do Departamento de Estado, já estava sendo organizada pelo próprio governo brasileiro.

O objetivo da visita, de acordo com fontes oficiais, é estreitar a cooperação entre Brasil e EUA no combate ao crime organizado, especialmente no enfrentamento a organizações criminosas transnacionais. Desde a última sexta-feira (2), Eduardo Bolsonaro vinha afirmando que Gamble viria ao país com o objetivo de discutir eventuais medidas contra Moraes e outras figuras do Judiciário.

No entanto, a assessoria de imprensa da Embaixada dos EUA no Brasil esclareceu que a delegação americana participará de reuniões bilaterais sobre terrorismo, tráfico de drogas e programas de sanções relacionados ao crime transnacional — sem qualquer menção a autoridades brasileiras.

Além disso, a visita faz parte de uma agenda oficial previamente acordada, com compromissos no Itamaraty, no Ministério da Justiça e em outros órgãos federais.

Em abril, outra missão americana já havia vindo ao Brasil com a mesma finalidade: aprofundar parcerias no enfrentamento ao crime, especialmente diante da atuação de gangues como o Primeiro Comando da Capital (PCC) em território americano. Na ocasião, 18 brasileiros foram presos nos EUA por suspeita de envolvimento com a facção.

Recentemente, a Polícia Federal assinou um acordo com os EUA para intensificar a troca de informações no combate ao crime organizado, um movimento celebrado publicamente pelo governo Trump. Ainda assim, o Planalto recebeu com cautela as declarações de Eduardo Bolsonaro e chegou a procurar o Departamento de Estado para confirmar se haveria desdobramentos diplomáticos fora da agenda oficial.

Nos Estados Unidos, Eduardo tem atuado para influenciar o governo Trump a adotar medidas contra membros do Judiciário brasileiro. A estratégia, segundo analistas, visa fortalecer sua base bolsonarista de olho nas eleições de 2026. O grupo espera que Trump repita ações como as sanções impostas ao procurador-geral do Tribunal Penal Internacional no início de seu atual mandato.

Apesar das pressões, o governo brasileiro mantém uma postura de diálogo com a gestão Trump, buscando evitar choques em temas sensíveis como imigração e comércio. Em fóruns como a ONU e a OMC, a diplomacia brasileira tem adotado um tom moderado, com o objetivo de neutralizar possíveis tensões provocadas por setores mais radicalizados da política.

Mesmo assim, autoridades brasileiras admitem que uma eventual sanção direta a Alexandre de Moraes exigiria uma resposta firme do Estado, por representar um ataque à soberania institucional do país.

Enquanto isso, Eduardo Bolsonaro continua sua agenda com parlamentares ligados ao trumpismo radical no Congresso dos EUA, acompanhado de Paulo Figueiredo, neto do ex-ditador João Figueiredo. O discurso adotado pelo grupo tenta vender a imagem de que o Brasil vive sob uma “ditadura”, em clara tentativa de alimentar o embate político internacional.

Confira o vídeo: