O ex-presidente José Sarney (31º Presidente do Brasil de 1985 a 1990), conversou terça-feira, 06, com presidente Jair Bolsonaro, em sua própria casa, conforme escreveu Merval Pereira, Globo, edição deste sábado, 10.
Como não poderia ser diferente, a conversa girou em torno da conjuntura política e dos últimos episódios gerados pela CPI da Covid e as Forças Armadas Brasileiras.
Acompanhado do General Luiz Eduardo Ramos, chefe do Gabinete Civil da presidência, Bolsonaro ouviu do ex-presidente – talvez a pior declaração desde que assumiu o poder – que a nota dos militares contra o senador Omar Aziz, presidente da CPI, foi desnecessária.
Na avaliação do Sarney, referência política desde a “Nova República”, período da História do Brasil pós-ditadura militar, fez chegar aos ouvidos do ilustre visitante que a atuação de Omar Aziz à frente da CPI, sobretudo diante do imbróglio militar, está o transformando em um político de caráter nacional.
Pra lembrar
Após Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística da Saúde, afirmar à CPI da Covid do Senado ter sido sargento da Aeronáutica, Omar fez o seguinte comentário:
“Olha, eu vou dizer uma coisa: as Forças Armadas, os bons das Forças Armadas, devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia. Porque fazia muito tempo, fazia muitos anos, que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do Governo. Fazia muitos anos”.
Em seguida completa;
“Aliás, eu não tenho nem notícia disso na época da exceção que houve no Brasil, porque o [João Baptista] Figueiredo morreu pobre; porque o [Ernesto] Geisel morreu pobre; porque a gente conhecia… E eu estava, naquele momento, do outro lado, contra eles. Uma coisa de que a gente não os acusava era de corrupção. Mas, agora, Força Aérea Brasileira, coronel [Gláucio Octaviano] Guerra, coronel Elcio [Franco], general [Eduardo] Pazuello… E haja envolvimento de militares”.
Minutos depois, os ministros militares reagem e emitem nota virulenta contra Omar Aziz:
O Ministro de Estado da Defesa e os Comandantes da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira repudiam veementemente as declarações do Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Senador Omar Aziz, no dia 07 de julho de 2021, desrespeitando as Forças Armadas e generalizando esquemas de corrupção.
Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável.
A Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira são instituições pertencentes ao povo brasileiro e que gozam de elevada credibilidade junto à nossa sociedade conquistada ao longo dos séculos.
Por fim, as Forças Armadas do Brasil, ciosas de se constituírem fator essencial da estabilidade do País, pautam-se pela fiel observância da Lei e, acima de tudo, pelo equilíbrio, ponderação e comprometidas, desde o início da pandemia Covid-19, em preservar e salvar vidas.
As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às Instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro.
Walter Souza Braga Netto – Ministro de Estado da Defesa Almir Garnier Santos – Comandante da Marinha Gen Ex Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira – Comandante do Exército Ten. Brig. Ar Carlos de Almeida Baptista Junior – Comandante da Aeronáutica