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Promotoras deixam força-tarefa que investiga morte de Marielle Franco

As duas promotoras saíram por receio e insatisfação com "interferências externas"

Promotoras deixam força-tarefa que investiga morte de Marielle Franco

Segundo o delegado Diego Beltrão, Almir é "um criminoso muito perigoso, com indícios fortes de que estava traficando drogas e planejando ataques a instituições financeiras no nosso estado”.

As promotoras Simone Sibílio e Leticia Emile anunciaram que deixaram a Força-Tarefa do Caso Marielle Franco e Anderson Gomes. O Ministério Público do Rio de Janeiro confirmou a saída em nota. De acordo com informações do jornal O Globo, as duas entregaram os cargos devido ao risco de interferências externas comprometerem as investigações.

Desde setembro de 2018, as promotoras estavam à frente do inquérito sobre os assassinatos. O crime ocorreu em 14 de março daquele ano.  Há cerca de um mês, a Polícia Civil do Rio apresentou ao procurador-geral de Justiça a viúva do ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, Júlia Lotufo, para fazer uma delação premiada em troca de benefícios como a revogação da prisão.  Ao assinar o termo de colaboração, que ainda não foi homologado, Júlia estaria disposta a denunciar o submundo do crime organizado, principalmente envolvendo a contravenção, a qual Adriano pertencia.

A viúva de Adriano também teria pistas sobre os mandantes do Caso Marielle, razão pela qual teria sido apresentada às promotoras da força-tarefa pela delegada da Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foto (Ciaf) da Polícia Civil, Ana Paula Costa Marques. Porém,o processo foi  redirecionado ao promotor que atua na 1ª Vara Especializada Criminal, onde a viúva do ex-capitão responde por associação criminosa e lavagem de dinheiro, com a coordenação da delegada Ana Paula.

Ainda segundo reportagem, por falta de conhecimento de detalhes do processo do Caso Marielle,  o promotor da 1ª Vara Especializada teria dificuldade de confrontar as informações trazidas por Júlia Lotufo com as peças da investigação, para verificar a veracidade do depoimento da viúva de Adriano.

Atualmente, as promotoras estavam trabalhando no caso para chegar ao mandante do crime.