Supostas mensagens do policial militar Luiz Paulo Dominghetti, que teria negociado 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca com integrantes do governo Jair Bolsonaro, mencionam a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, segundo o colunista Robson Bonin, da Veja, que divulgou informações do celular de Dominghetti apreendidas pela CPI da Covid.
Na suposta negociação, Dominghetti atuou como representante da Davati Medical Supply e teria recebido pedido de propina de Roberto Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, exonerado após o escândalo vir à tona.
A mensagem em questão teria ocorrido no dia 3 de março. O policial militar conversou com um interlocutor identificado como Rafael sobre a tentativa do grupo de chegar a Bolsonaro.
“Michele (sic) está no circuito agora. Junto ao reverendo. Misericórdia”, escreveu o PM, referindo-se também ao reverendo Amilton de Paula, que entrou na mira da CPI da Covid por receber um aval do então diretor de Imunização do Ministério da Saúde, Laurício Monteiro Cruz, para negociar em nome do governo a compra dos imunizantes. O reverendo, que iria depor na quarta-feira (14) à CPI da Covid, apresentou atestado e disse que não poderá ir.
Mensagens encontradas no celular do policial militar Luiz Paulo Dominghetti Pereira apontam que ele e o líder da associação privada Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários), reverendo Amilton Gomes de Paula, discutiram a venda de vacinas contra a Covid-19 para países como Honduras, Paraguai e Angola.