Até o ano de ano de 1983, Amazonino Armando Mendes, 81, era apenas um senhor desconhecido para a maioria dos habitantes do Amazonas.
Apesar de sua rebelde juventude, marcada na luta pelo rompimento do regime de exceção de 64 e pelo restabelecimento da democracia no país, Amzonino Mendes, egresso do partidão, passava despercebido por quase todos, mesmo depois de ser jogado em uma cela do 1º BIS para em seguida sentar no banco dos réus, em Belém (PA), em um Tribunal Militar, que o inocentou.
Em 1983, entretanto, Amazonino sai do anonimato político ao ser nomeado para exercer o cargo de prefeito de Manaus (1983 – 1986) pelo então governador eleito do Amazonas, Gilberto Mestrinho.
Jovem, dinâmico, popular e contaminado pelo sonho revolucionário que nos anos da década de 70 contaminou a juventude do Brasil e da América-Latina, o então prefeito nomeado entregou-se ao trabalho participativo nos bairros carentes de Manaus que lhe rendeu valioso capital político.
Ao assumir o governo do Amazonas em 1987, Amazonino desponta, ao lado de Mestrinho, como grande liderança política do estado.
Seus projetos de governo – quase todos com características populista, como distribuição kit construção, motosserra e motor de popa -, o levaram para o braço do povo.
No jogo poder, existe a moeda com dois lados – o do povo e do político. Com o povo estava de bem. Do lado oposto, porém, os caminhos eram pedregosos, difíceis de caminhar.
A deputada Beth Azize, por exemplo, com sua mordaz perspicácia, atenta a todos os movimentos do governador, vai à tribunal legislativa e diz que Amazonino era um governador “abelha”, ou seja, quando não estava voando fazia cera. A metáfora é clara.
No dia seguinte, o ardil político de Beth Azize estava na boca do povo.
Esperto e com a providencial ajuda de Ronaldo Tiradentes, Amazonino aproveitou o novo apelido e, em São Paulo, transformou a abelha na sua marca política, como símbolo do trabalho.
Hoje, não por acaso, a abelhinha aparece, sub-repticiamente, cercada de mistério, em vídeo, nas redes sociais.
O Vídeo é curto, emite o som intermitente da abelha, flashes de empreendimentos e do Amazonino. O vídeo termina com a mensagem: “aguarde”!
VEJA