Balneário Camboriú, em Santa Catarina, é muitas vezes promovida como um paraíso turístico brasileiro, com seus arranha-céus imponentes e praias badaladas. No entanto, por trás da fachada de luxo e modernidade, a cidade enfrenta graves problemas ambientais, sociais e políticos que a tornam a pior praia do Brasil. Quem a elegeu? Nós mesmos, do corpo de jurados do DCM.
1. Falta de Balneabilidade: A Água que Não Convida
A qualidade da água de Balneário Camboriú é uma das principais razões para seu título nada lisonjeiro. Relatórios frequentes apontam níveis alarmantes de coliformes fecais em suas águas, tornando grande parte das praias impróprias para banho. O despejo inadequado de esgoto e a infraestrutura deficiente para tratar os resíduos de uma cidade superpopulosa contribuem diretamente para esse problema. Banhar-se em suas águas não é apenas desagradável, mas pode ser um risco real à saúde.
2. O Aterramento que Destruiu a Praia
A cidade realizou um controverso projeto de aterramento para ampliar a faixa de areia da Praia Central, o que resultou em uma intervenção artificial desastrosa. A obra foi criticada por ambientalistas, que alertaram para o impacto no ecossistema marinho e na circulação natural das águas. O aterramento, ao invés de revitalizar a praia, tornou-a uma área artificial que perde o charme de um ambiente natural e deixou a água mais turva e menos convidativa.
3. Coliformes Fecais: Uma Marca Indesejável
A contaminação por coliformes fecais em Balneário Camboriú é resultado direto do mau gerenciamento ambiental e da ausência de fiscalização adequada. Dados recorrentes de órgãos ambientais confirmam que a água da Praia Central frequentemente ultrapassa os limites aceitáveis para esses contaminantes, o que escancara a incapacidade de equilibrar turismo de massa com preservação ambiental. A situação levanta dúvidas: de que adianta uma faixa de areia mais larga se a água não pode ser usada? Usada, foi, na verdade. Jair Renan Bolsonaro foi batizado ali, por exemplo. Em questão feiúra, até um Papai Noel vestiram com roupas verde e amarelas, de “patriota”.
Além dos problemas ambientais, a cidade tornou-se conhecida como um reduto bolsonarista, refletindo um ambiente social muitas vezes excludente e conservador. Manifestações políticas em defesa de pautas antidemocráticas, bandeiras em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro em varandas de apartamentos de luxo e discursos polarizadores se tornaram frequentes na região. Esse clima pode afastar visitantes que buscam um ambiente mais plural e acolhedor.
5. O Paradoxo do Luxo e do Descuidado
Enquanto Balneário Camboriú investe em marketing para se apresentar como uma cidade cosmopolita e moderna, negligencia problemas básicos que comprometem sua principal atração: o mar. Turistas desavisados, atraídos pela propaganda, muitas vezes saem decepcionados ao descobrir que o mar cristalino das fotos não corresponde à realidade.
Balneário Camboriú exemplifica o que acontece quando o crescimento urbano descontrolado, o descaso ambiental e o fanatismo político se encontram. Apesar de seu apelo visual com prédios imponentes e uma aura de ostentação, a cidade falha em oferecer o básico que qualquer destino praiano deveria garantir: um mar limpo, acessível e acolhedor.
Enquanto problemas como a falta de balneabilidade, a degradação ambiental e a atmosfera excludente persistirem, Balneário Camboriú continuará sendo a pior praia do Brasil — um alerta para o que acontece quando o progresso ignora a estupidez e a sustentabilidade.