×

Braga Netto se esconde, nega reunião sobre plano para matar Lula e diz que agiu por “lealdade” a Bolsonaro

Braga Netto residia no Bloco B, na quadra 112 da Asa Sul, um prédio onde outros generais do Ministério da Defesa e do alto escalão do governo também moravam. O edifício contava com um salão de convivência na cobertura, frequentemente

Braga Netto se esconde, nega reunião sobre plano para matar Lula e diz que agiu por “lealdade” a Bolsonaro

Braga Netto nega as acusações e afirma que não fez reunião em seu apartamento para “tratar de plano algum”.

O general Walter Braga Netto tem conversado discretamente com aliados desde que seu nome voltou ao centro das investigações relacionadas à trama golpista. Segundo revelações da Polícia Federal (PF), ele teria participado de uma reunião com militares envolvidos no plano em seu apartamento, em Brasília. Contudo, Braga Netto nega as acusações e afirma que não fez reunião em seu apartamento para “tratar de plano algum”.

De acordo com o plano investigado, o objetivo era executar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022.

Braga Netto residia no Bloco B, na quadra 112 da Asa Sul, um prédio onde outros generais do Ministério da Defesa e do alto escalão do governo também moravam. O edifício contava com um salão de convivência na cobertura, frequentemente usado para reuniões sociais e privadas, o que agora levanta suspeitas.

Em conversas com pessoas próximas, o general costuma mencionar que tinha o hábito de passear com o cachorro duas a três vezes ao dia nos arredores do prédio, onde frequentemente encontrava outros colegas de farda, conforme informações da coluna de Lauro Jardim, do Globo.

Ele também tem ressaltado o papel de assessoramento que desempenhou junto a Bolsonaro até o final do governo. Nessas conversas, faz questão de destacar “a lealdade” ao ex-capitão e utilizar expressões como “correção ética e moral” para descrever sua conduta, sem abordar diretamente as acusações de envolvimento na trama golpista.

O relatório da PF aponta que o apartamento de Braga Netto foi utilizado para uma reunião em 12 de novembro de 2022, com a presença do tenente-coronel Mauro Cesar Cid, do major Rafael de Oliveira e do tenente-coronel Ferreira Lima. A existência do encontro foi confirmada pelo próprio Mauro Cid durante as investigações.

Além disso, Braga Netto é considerado um dos principais articuladores da suposta tentativa de golpe para manter Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota nas urnas. A PF avalia como provável o indiciamento do general no inquérito que investiga o caso, reforçando seu papel no planejamento da ruptura democrática.