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Casal de 22 anos assume estar por trás do Sleeping Giants Brasil

O casal, que cursa direito na faculdade federal da cidade, vive do auxílio emergencial do governo e, segundo ele, não recebe nada pelo trabalho.

Casal de 22 anos assume estar por trás do Sleeping Giants Brasil

“Infelizmente, sabemos que o discurso de ódio está presente em todos os espectros políticos. O que acontece é que, nesse momento, não dá para negar que a extrema direita tem um alcance de desinformação muito maior que a esquerda”, diz Mayara

Um casal  de 22 anos, que vive na cidade de Ponta Grossa, no interior do Paraná, assumiu estar por trás do Sleeping Giants Brasil. Aberto há sete meses, o perfil se dedica a expor empresas que anunciam em sites de fake news. Os alertas são feitos pelo Twitter Instagram.

Em entrevista à Folha neste domingo, 13, Leonardo de Carvalho Leal e Mayara Stelle decidiram revelar sua identidade. Antes, o grupo operava de forma anônima, sob justificativa de que recebia ameaças de morte quase todos os dias.

De acordo com a publicação, Leonardo era motorista de Uber até que teve o carro batido no início do ano.  Já Mayara era vendedora de maquiagens, mas a Covid-19 fechou os salões de beleza de Ponta Grossa. O casal, que cursa direito na faculdade federal da cidade, vive do auxílio emergencial do governo e, segundo ele, não recebe nada pelo trabalho.

Sleeping Giants nasceu nos Estados Unidos, desmonetizando o site de extrema direita de Steve Bannon, chefe da campanha vitoriosa de Donald Trump em 2016. Lendo sobre o assunto para o trabalho de conclusão de curso da faculdade, Leonardo e Mayara resolveram abrir o Sleeping Giants Brasil numa manhã de maio de 2020. Horas depois já tinham 20 mil seguidores e foram oficializados como representantes brasileiros dos Sleeping Giants pelo criador do perfil americano, Matt Rivitz.

O Jornal da Cidade Online foi o primeiro alvo do grupo. O site sofreu a retirada de 250 empresas, cada uma exposta publicamente pelo Sleeping Giants Brasil por anunciar ali.

Até hoje, eles calculam ter retirado de três sites de notícias e dois canais o equivalente a R$ 1,5 milhão. Segundo eles, 700 empresas já seguiram seus alertas e retiraram os anúncios de sites duvidosos. O SGB tem 410 mil seguidores no Twitter e 170 mil no Instagram. “A gente não olha se o site é de esquerda ou de direita. Infelizmente, sabemos que o discurso de ódio está presente em todos os espectros políticos. O que acontece é que, nesse momento, não dá para negar que a extrema direita tem um alcance de desinformação muito maior que a esquerda”, diz Mayara em entrevista à Folha.