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Defensoria Pública pede intervenção federal no Amazonas por falta de competência de Wilson Lima no controle às queimadas

A solicitação foi feita pela Defensoria Pública do Estado, que alerta para uma nova crise do oxigênio. O órgão afirma que a medida é necessária devido à "ausência de ações estruturantes" por parte do governador, Wilson Lima (União Brasil).

Defensoria Pública pede intervenção federal no Amazonas por falta de competência de Wilson Lima no controle às queimadas

"Há uma grave incapacidade do Estado do Amazonas em lidar com questão tão séria. O agir do Estado não tem sido minimamente suficiente para impedir que gigantescas queimadas ocorram", argumenta a Defensoria.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) vai analisar um pedido de intervenção federal no Estado do Amazonas, que tem sofrido com a forte estiagem e registrou quase 7 mil focos de queimadas em setembro. A informação é do jornal Valor Econômico, edição desta quarta-feira, 12. >>>>>>https://valor.globo.com/brasil/noticia/2023/10/12/defensoria-leva-a-pgr-pedido-de-intervencao-no-amazonas-por-queimadas.ghtml

A solicitação foi feita pela Defensoria Pública do Estado, que alerta para uma nova crise do oxigênio. O órgão afirma que a medida é necessária devido à “ausência de ações estruturantes” por parte do governador, Wilson Lima (União Brasil).

Em setembro, o governo estadual decretou estado de emergência ambiental, com destinação de R$ 1,1 milhão para que brigadistas atuassem no chamado “arco do desmatamento”, o que poderia reduzir os danos causados pelas queimadas ilegais.

De lá para cá, porém, o Inpe registrou não uma diminuição, mas um aumento no número de focos de calor.

À época, eram 4.127 (dados de agosto). Agora, 6.991 – o pior resultado do ano no Amazonas e o segundo pior setembro desde 1998.

Segundo a representação feita à PGR, isso não se deve exclusivamente à estiagem, que é tradicional no verão amazônico, mas também a práticas ilegais, como a supressão de vegetação para a pecuária.

“Há uma grave incapacidade do Estado do Amazonas em lidar com questão tão séria. O agir do Estado não tem sido minimamente suficiente para impedir que gigantescas queimadas ocorram”, argumenta a Defensoria.

A petição também destaca que as “ondas de fumaça” têm prejudicado a qualidade do ar em Manaus, multiplicando as intercorrências de saúde, como problemas respiratórios, e aumentando a busca por medicamentos antialérgicos e máscaras de proteção.

A Defensoria alega que a inércia do governo local pode levar a uma nova crise do oxigênio, “talvez tão grave quanto” a registrada em janeiro de 2021, no auge da pandemia de Covid-19.

“A capacidade administrativa do Estado tem se mostrado cosmética e absolutamente ineficiente. A continuar desta maneira, um grande naco da Amazônia irá desaparecer este ano, a apontar para a sua completa degradação nos próximos meses”, diz o texto.

Apesar de ser uma providência extrema, prossegue a Defensoria, a intervenção seria uma medida para evitar novas queimadas, responsabilizar os desmatadores ilegais e elaborar planos de curto, médio e longo prazo para a solução do problema.

Se a PGR decidir atender ao pedido, deve solicitar a intervenção federal ao Supremo Tribunal Federal (STF), uma vez que estariam em jogo princípios constitucionais, como o direito à saúde e ao meio ambiente equilibrado.

No boletim mais recente divulgado pelo Estado, 48 municípios estavam em estado de emergência e outros 12, em alerta, afetando mais de 390 mil famílias.