
Até ter o seu projeto aprovado Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), os caminhos percorridos por Laiz Sateré nem sempre foram de flores.
Laiz Sateré está a poucos passos de realizar um de seus mais ardentes sonhos de mulher indígena, nascida no meio da floresta amazônica, às margens do Rio Marau, no município de Maués: romper com a barreira do preconceito social e cultural e mostrar um pouquinho, só, para o Mundo, o valor do povo Sateré-Mawé através de seu canto.
Artesã de primeiríssima qualidade, com know-how e expertise em pintura corporal, a compositora e cantora Laiz Sateré foi contemplada pela Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) – um marco na política pública de cultura do Brasil – que lhe abriu as portas para realização de seu grande sonho: o reconhecimento de seu povo com a gravação o seu primeiro álbum musical.
Esse foi o primeiro passo de muitos que ainda tem para percorrer no longo caminho em busca de novos objetivos e conquistas.
Conforme lembrou, até transpor as fronteiras do isolamento e chegar aos meios tecnológicos da produção cultural, ela disse que a força de seu povo e a “injeção” e estímulo e ânimo da amiga Macelly Veras, hoje, prefeita de Maués, foram indispensáveis.
São cinco músicas inspiradas na realidade do povo sateré-mawé que, brevemente, serão gravadas nas comunidades indígenas do Andirá e Marau – uma espécie de tributo à Nação Indígena, formada por uma população estimada em 8 mil indivíduos, distribuídos na região do Baixo Amazonas.
Nome das música em sateré e português
1. Haryporia esaika hap (A força da mulher guerreira)
2. Waku Watepy (Como é bom cantar no meu idioma).
3. Maués sateré ywania at (Maués casa do povo Sateré Mawé).
4. Uito Laiz Saterê (Eu sou Laiz saterê)
5, Grupo Capo.
Até ter o seu projeto aprovado Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), os caminhos percorridos por Laiz Sateré nem sempre foram de flores.
Nem uma pedra ou espinho, entretanto, foram tão perversos como as feridas do preconceito nas suas mais obtusas formas, fosse nas igrejas ou nas apresentações – uma delas ao lado do californiano Matt Sorum, ex-baterista do The Cult, Guns N’ Roses e Velvet Revolver.
Laiz no “Sthorm Festival Maués” ao lado do Matt Sorum, ex-baterista do Guns N’ Roses (Reprodução).
“Só quem sofre o preconceito é que sente a dor que ele provoca”, explica. “Gravar o primeiro Álbum representa um avanço ao talento e à cultura do povo sateré que, após anos de luta, conquista, também, seu espaço na esfera municipal com a criação da Secretaria dos Povos Originários de Maués, criada e sancionada pela prefeita Marcelly Veras”, destaca.
Em setembro de 2023 no “Sthorm Festival Maués” (reprodução).