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“Doença infantil do lavajatismo pode estar prestes a acabar”, diz Fachin 10 de fevereiro de 2021, 11h58

Fachin  opinou que o fato de as forças-tarefas estarem sendo dissolvidas para dar lugar ao modelo de Gaecos não deve interferir no trabalho do Ministério Público, que, afinal, continua tendo autonomia para promover investigações.

"Doença infantil do lavajatismo pode estar prestes a acabar", diz Fachin 10 de fevereiro de 2021, 11h58

Diante de afirmações publicadas e atribuídas à autoridade militar e na condição de relator no STF do HC 152.752, anoto ser intolerável e inaceitável qualquer forma ou modo de pressão injurídica sobre o Poder Judiciário.

Com o fim do modelo informal de forças-tarefas, o que deve acabar agora não é o propósito da “lava jato”, ou seja, o combate à corrupção, mas sim a “doença infantil do lavajatismo”, que polariza defensores e detratores que não dialogam entre si.

A avaliação foi feita pelo ministro Luiz Edson Fachin, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo publicada nesta quarta-feira (10/2).

O próprio ministro explicou o que quis dizer com ‘doença infantil do lavajatismo’ (uma referência ao ensaio de Vladimir Lenin intitulado “Esquerdismo, doença infantil do comunismo”): “De um lado, o lavajatismo que só vê na Lava Jato virtudes e não faz autocrítica e, do outro lado, o lavajatismo que só vê na Lava Jato defeitos e não reconhece, nada obstante alguns defeitos, a relevância dos trabalhos que foram levados a efeito.”

Fachin  opinou que o fato de as forças-tarefas estarem sendo dissolvidas para dar lugar ao modelo de Gaecos não deve interferir no trabalho do Ministério Público, que, afinal, continua tendo autonomia para promover investigações.

Na mesma entrevista, o ministro também expressou preocupação com a corrupção da democracia, que pode afetar as eleições de 2022, nas quais Fachin estará presidindo o Tribunal Superior Eleitoral.

“Minha preocupação central, razão principal pela qual hoje estamos conversando, é a preocupação com as eleições de 2022 e a higidez do sistema eleitoral brasileiro. É preciso defender a democracia, proteger a democracia e proteger o sistema eleitoral brasileiro. Dentro dele como instrumento da democracia nós vamos sair da crise sem sair da democracia”, afirmou.