As representações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis( Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade( ICMBio) em Humaitá, às margens do rio Madeira, invadido por centenas de balsas de garimpo ilegal nos últimos dias, continuam fechadas quatro anos após serem vandalizadas por garimpeiros. As informações são da Folha de S. Paulo.
Todos os funcionários que trabalhavam nos escritórios foram transferidos para outros municípios depois que prédios e veículos do Ibama e do ICMBio foram incendiados e depredados em outubro de 2017 por garimpeiros comandado pelo então prefeito Herivaneo Seixas e seu vice, Rademarque Chaves.
A vandalismo à frente o próprio prefeito do município foi uma retaliação dos garimpeiros após 31 balsas que operavam em unidades de conservação terem sido destruídas pelos agentes federais.
Nesta quinta-feira (25), o vice-presidente Hamilton Mourão, sem mostrar surpresa com a ocupação do Madeira, anunciou que a Polícia Federal e a Marinha atuarão contra o garimpo. Via assessoria de imprensa, o Ibama disse que participará da operação, que ocorrerá “nos próximos dias”. O órgão, porém, não contará com uma base de apoio local.
Sem temer a fiscalização, as balsas de garimpo têm operado de forma aberta no trecho amazonense do rio Madeira, inclusive diante da orla de Humaitá, a 700 km de Manaus. Nas últimas semanas, centenas delas se concentraram perto de Autazes (AM), após a descoberta de ouro na região.
A reportagem procurou o Ibama e o ICMBio questionando se há planos para retomar os escritórios em Humaitá, mas não houve resposta até a conclusão deste texto.
No final de 2017, logo após o ataque, o governo do Amazonas concedeu licenças de operação para garimpo no rio Madeira. O Ministério Público Federal(MPF) recorreu à Justiça e conseguiu uma liminar suspendendo as autorizações. Em agosto, uma nova decisão judicial anulou essas licenças.