A família do pastor evangélico Gilmar Santos, um dos acusados de comandar o gabinete paralelo que determinava a distribuição de verbas públicas do Ministério da Educação (MEC), recebeu cerca de R$ 10 mil de auxílio emergencial do governo federal até o ano passado.
Segundo a coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles, a filha do pastor, Quézia dos Santos obteve R$ 5,2 mil de auxílio do governo federal entre abril de 2020 até julho de 2021. Desde junho do ano passado, Quézia tem um cargo de confiança na Câmara dos Deputados e recebe R$ 4,2 mil mensais, como mostrou o repórter Bruno Abbud.
Ela foi nomeada no gabinete do deputado João Campos, do Republicanos de Goiás, integrante da bancada evangélica e próximo a Gilmar Santos.
Já a pastora Raimunda dos Santos, casada com Gilmar, recebeu R$ 4.650 de auxílio durante a pandemia, de junho de 2020 até outubro do ano passado. Uma das exigências para obter o socorro financeiro do governo federal é ter uma renda familiar mensal de até R$ 3,3 mil.
De acordo com áudios divulgados, Gilmar Santos abriu duas empresas no valor total de R$ 450 mil neste mês de março. Conforme documentos aos quais o portal g1 teve acesso, Santos abriu uma editora e uma faculdade com R$ 350 mil e R$ 100 mil de capitais, respectivamente, em 8 de março, ou seja, duas semanas atrás.
O Instituto Teológico Cristo Para Todos (ITCT) foi registrado num endereço do bairro Jardim América, em Goiânia, enquanto a empresa de publicações, sem nome, teve sua sede registrada no município de Aparecida de Goiânia, ambos no estado de Goiás.
No local onde deveria funcionar a faculdade, há um pequeno edifício em construção, bem ao lado da sede da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros de Assembleias de Deus no Brasil (Conimadb).
Já no endereço da editora, fora da capital goiana, há uma unidade da Assembleia de Deus Ministério Cristo para Todos. Vizinhos da localidade disseram à reportagem do g1 que jamais viram qualquer atividade relacionada a livros ou jornais na igreja.