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Ex-comandantes das Forças Armadas relatam participação de ex-ministro da Defesa em reuniões sobre minuta, dizem fontes da PF

Na reunião, o ex-ministro diz que a comissão seria “para inglês ver”. Em outro momento, segundo os investigadores, Nogueira trata o TSE “como um inimigo”.

Ex-comandantes das Forças Armadas relatam participação de ex-ministro da Defesa em reuniões sobre minuta, dizem fontes da PF

Paulo Sérgio Nogueira é investigado no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e apura uma tentativa de golpe de Estado.

As investigações da Polícia Federal (PF) apontam que o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, esteve nas reuniões em que foram discutidos os termos de uma minuta golpista.

As revelações constam nos depoimentos dos ex-comandantes da Aeronáutica e Exército, tenente-brigadeiro Carlos Baptista Júnior e general Marco Antônio Freire Gomes.

Fontes ligadas à investigação dizem que as duas testemunhas colocaram o ex-ministro no “cenário de tentativa de golpe”. Os depoimentos apontam para pelo menos duas reuniões para tratar do documento.

A informação sobre a participação do general nos encontros foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pela CNN.

Paulo Sérgio Nogueira é investigado no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e apura uma tentativa de golpe de Estado.

O militar foi intimado a prestar depoimento na PF, em Brasília (DF), no dia 22 de fevereiro. O ex-ministro ficou em silêncio.

Investigação

No vídeo da investigação sobre a reunião ministerial de julho de 2022, Nogueira expôs desconfianças ao sistema eleitoral brasileiro. O ex-ministro fez parte da Comissão de Transparência Eleitoral, a convite do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Na reunião, o ex-ministro diz que a comissão seria “para inglês ver”. Em outro momento, segundo os investigadores, Nogueira trata o TSE “como um inimigo”.

No trecho destacado pela decisão, o ministro descreve a situação em linguagem militar.

“O que eu sinto nesse momento é apenas na linha de contato com o inimigo. Ou seja, na guerra, tem linha de contato, linha de partida. Eu vou romper aqui e iniciar minha operação. Eu vejo as Forças Armadas e o Ministério da Defesa nessa linha de contato. Nós temos que intensificar e ajudar nesse sentido para que a gente não fique sozinhos no processo.”

A fala de Nogueira termina com o então ministro defendendo que ações sejam tomadas “para que a gente possa ter transparência, segurança, condições de auditoria e que as eleições se transcorram da forma como a gente sonha”.

“E o senhor, com o que a gente vê no dia a dia, tenhamos o êxito de reelegê-lo e esse é o desejo de todos nós”, diz o ministro, se referindo ao então presidente Jair Bolsonaro.

CNN busca contato com o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira para comentar a investigação. O espaço segue aberto.