O Comando da Aeronáutica empregou por quase dois anos, entre maio de 2018 e março de 2020, um homem acusado de chefiar uma milícia na cidade de Marataízes, no litoral do Espírito Santo. Gilbert Wagner Antunes Lopes, de 42 anos, o Waguinho, também foi alvo de várias denúncias de crimes hediondos. As informações foram publicadas pelo site Metrópoles.
Ele já foi preso e alvo de operações da Polícia Civil devido a homicídios no estado. Atualmente é réu em várias ações penais e foi condenado, em uma delas, a sete anos de reclusão pela tentativa de assassinato, em 2010. Mas, em junho deste ano, a fase processual do caso foi anulada por violação ao juiz natural, e ele foi direcionado para novo júri – na comarca de Marataízes.
À época, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) disse que Wagner faz parte de uma “verdadeira milícia, […] que a pretexto de promover a segurança, passou a realizar um verdadeiro extermínio neste município, sempre agindo através da violência armada”.
Waguinho foi acusado de ter levado a Liga da Justiça, grupo paramilitar do Rio de Janeiro, para o litoral do Espírito Santo.
Ingresso na FAB
Para entrar na aeronáutica, Wagner teria apresentado declaração e documentação falsas. Por consequência foi denunciado pela 3ª Procuradoria de Justiça Militar (PJM), no Rio de Janeiro, pelos crimes de falsidade ideológica e uso de documentos falsos.
Na Força Aérea Brasileira (FAB), ele começou como terceiro-sargento temporário, em 2018, por meio de um processo seletivo. Atualmente, um terceiro-sargento ganha R$ 3.825 mensais.
Na época ele apresentou uma certidão negativa da Justiça Criminal do Rio de Janeiro, mas o atestado não trazia referências no âmbito de outras unidades federativas. Não havia informações sobre os processos contra Waguinho que correm no Tribunal de Justiça do Espírito Santo, por exemplo. Ele foi condenado a 7 anos de prisão pela Corte capixaba.
“Imediatamente após a descoberta de envolvimento em ilicitudes no estado do Espírito Santo, foi instaurado um processo administrativo para apurar o caso, resultando em tornar sem efeito a incorporação de Gilbert Wagner Antunes Lopes na FAB”, informou a corporação.
Waguinho foi expulso do Comando da Aeronáutica depois de 1 ano e 10 meses, com a conclusão do processo administrativo pelas Forças Armadas.