Apesar de afirmar que não tomou a vacina contra a Covid-19, como forma de reforçar sua narrativa contra a eficácia – comprovada por especialistas – dos imunizantes, Jair Bolsonaro, ao que tudo indica, se vacinou e mentiu para a população. O ex-presidente colocou seu cartão de vacinação sob sigilo e a Controladoria-Geral da União (CGU), sob o governo Lula, trabalha para tornar a informação pública.
Nesta sexta-feira (17), em entrevista à CNN Brasil, o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, revelou que o órgão descobriu um registro dando conta de que Bolsonaro teria se vacinado contra a doença do coronavírus em São Paulo no dia 19 de julho de 2021, com o imunizante de dose única da Janssen.
A CGU, no entanto, ainda apura se o registro foi adulterado para confirmar se, de fato, o ex-presidente recebeu a dose ou não. “No final do ano passado, a partir de uma denúncia de que havia uma possível adulteração no cartão de vacina, porque hackers teriam tentado adulterar o cartão, o então ministro da CGU abriu essa investigação, no dia 30 de dezembro. Tomamos posse tendo que analisar os recursos para acessar o cartão de vacina do presidente”, disse Carvalho.
“Esse registro existe. Pelo menos pelo que a gente sabe das informações. Se isso está em um ofício da CGU, a CGU não faz uma pergunta à toa. Se esse registro está em um ofício da CGU, eu não tenho como negar”, prosseguiu o ministro.
Segundo o chefe da CGU, “se há anotações no cartão de vacina dele no DataSUS que ele se vacinou e se houver uma inserção indevida, seja no sentido de colocar informações de que ele se vacinou ou no sentido de retirar informações, a nossa expectativa é que com apuração a gente descubra se isso aconteceu”.