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Itamaraty convoca embaixador da Hungria para explicar visita de Bolsonaro

A decisão de convocar Halmai foi tomada após o The New York Times revelar imagens de Bolsonaro dentro do prédio da embaixada por dois dias, após ser alvo de operação da Polícia Federal.

Itamaraty convoca embaixador da Hungria para explicar visita de Bolsonaro

Halmai foi chamado ao Itamaraty pela Secretária de Europa e América do Norte, embaixadora Maria Luísa Escorel. O embaixador esteve no Ministério de Relações Exteriores por 20 minutos.

O Itamaraty decidiu chamar o embaixador da Hungria no Brasil, Miklós Halmai, para explicar a hospedagem de ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação foi confirmada por interlocutores do chanceler Mauro Vieira.

Halmai foi chamado ao Itamaraty pela Secretária de Europa e América do Norte, embaixadora Maria Luísa Escorel. O embaixador esteve no Ministério de Relações Exteriores por 20 minutos.

A decisão de convocar Halmai foi tomada após o The New York Times revelar imagens de Bolsonaro dentro do prédio da embaixada por dois dias, após ser alvo de operação da Polícia Federal.

A reunião durou apenas 20 minutos. O diplomata estrangeiro se manteve em silêncio, sem prestar os esclarecimentos que eram pedidos. Ele apenas escutou a embaixadora brasileira e, durante a reunião, permaneceu em contato com seus superiores, em Budapeste.

A suspeita dentro do Itamaraty é que a diplomacia húngara tenha coordenado o silêncio e seu comportamento com a própria defesa do ex-presidente. Fontes na diplomacia húngara confirmaram ao UOL que o embaixador no Brasil é um ideólogo convicto da posição política do líder de extrema direita, Viktor Orbán.

Na prática das chancelarias, a convocação de um embaixador tem como objetivo pedir esclarecimentos e mandar uma mensagem de que um gesto daquele governo estrangeiro não foi bem aceito.

O governo estima que, sob investigação, Bolsonaro não era apenas um ator político realizando contatos com um governo estrangeiro. O gesto, portanto, seria uma intromissão em assuntos domésticos, algo proibido nas regras diplomáticas .

Assim que o New York Times revelou o caso, diplomatas brasileiros se reuniram para avaliar qual seria a resposta. Mas a paciência de uma ala do Itamaraty com o húngaro já começou a se esgotar…